Europa

Protestos contra reforma trabalhista do governo François Hollande se intensificam

Segundo a Confederação Geral do Trabalho, 16 das 19 usinas nucleares estão paralisadas nesta quinta-feira (26)

Redação* |
Protesto em Paris
Protesto em Paris - Reprodução

Os protestos contra a reforma trabalhista imposta pelo governo de François Hollande se intensificaram nesta quinta-feira (26) na França, com a ampliação dos bloqueios de indústrias, principalmente usinas nucleares e refinarias, e infraestruturas de transporte. 

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Segundo a CGT (Confederação Geral do Trabalho), 16 das 19 usinas nucleares do país (que geram mais de 75% da eletricidade) estão paralisadas. Entretanto, isso não deve acarretar o desligamento dos 58 reatores, mas uma redução da carga de energia.

A União Francesa de Indústrias Petrolíferas informou que seis das oito refinarias do país estavam total ou parcialmente paradas na manhã desta quinta-feira. O acesso a muitos depósitos de combustível continuava fechado por piquetes, apesar de 11 terem sido desbloqueados por meio de ação policial nos últimos dias.

Os piquetes também interromperam ou diminuíram o fluxo de passagem em outros centros industriais, como a região portuária de Brest, unidade de fabricação de submarinos nucleares do grupo DCNS em Cherburgo.

Os controladores aéreos também aderiram à paralisação.

Também estão previstas manifestações em diversas cidades para esta quinta-feira, o oitavo dia de protestos contra o projeto de lei da ministra do Trabalho, Myriam el Khomri, que flexibiliza leis trabalhistas.

A lei permite alterar a jornada de 35 horas de trabalho semanais. O limite seria oficialmente mantido, mas as empresas poderão organizar horários alternativos — o trabalhador poderia atuar de casa, por exemplo — o que poderia resultar em até 48 horas de trabalho por semana. Em “circunstâncias excepcionais”, o limite pode ser estendido a 60 horas semanais.

Além disso, a proposta permite que as empresas deixem de pagar as horas extras aos funcionários que trabalharem mais de 35 horas por semana, recompensando-os com dias de folga.

Um dos pontos mais criticados pelos sindicatos que se opõem ao projeto é o artigo 2, que modifica a legislação para favorecer acordos negociados nas empresas sobre os convênios coletivos.

Em 10 de maio, o primeiro-ministro francês, Manuel Valls, anunciou a decisão do governo de invocar um artigo na Constituição para impor a reforma trabalhista sem a necessidade de que a matéria seja votada no Parlamento. O texto segue agora para o Senado.

* Com Agência Efe

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