#PorTodasElas

Ato contra cultura do estupro reúne mais de 10 mil em SP

Manifestantes se posicionaram contra a nova secretária de Políticas para Mullheres, apresentada nesta terça (31)

São Paulo (SP) |
Momento em que ato contra cultura do estupro se encontrou com o protesto do MTST
Momento em que ato contra cultura do estupro se encontrou com o protesto do MTST - José Eduardo Bernardes/Brasil de Fato

Mesmo sob chuva, mais de 10 mil pessoas, em sua maioria jovens mulheres, saíram às ruas do centro de São Paulo (SP) para se manifestar contra a cultura do estupro na noite desta quarta-feira (1º).

O ato faz parte de uma iniciativa nacional chamada "Por Todas Elas", que está levantado o debate sobre o machismo e como ele influencia a ocorrência de casos de violência contra a mulher, como o estupro coletivo da adolescente de 16 anos, no Rio de Janeiro. Também foram registrados protestos em Brasília (DF), Belo Horizonte (MG), Florianópolis (SC) e outras capitais.

Nas faixas, algumas manifestantes se posicionaram contra a nomeação da ex-deputada federal Fátima Pelaes (PMDB-AP) como secretária de Política para Mulheres. Presidente do núcleo feminino do PMDB, ela já afirmou ser contra "bandeiras contrárias aos valores bíblicos", como o aborto e constituição livre da família.

"Não basta ser mulher, tem que defender os direitos das mulheres. Tem que combater o machismo o patriarcado e esse cultura que humilha q estupra e que mata as mulheres no Brasil. O Estado precisa ser laico, a educação precisa ser laica. Por isso, achamos fundamental debater gênero na escola, na universidade", afirmou Maria Neves, da União Brasileira de Mulheres (UBM). "Por isso, nós queremos repudiar esse governo, a secretária e toda essa proposta golpista que se apresenta ao nosso país".

Liberdade

A pauta predominante, porém, foi a luta por igualdade e contra o machismo. "O machismo atinge as mulheres desde a roupa que elas colocam até o percurso que elas fazem. O machismo mata todo dia. Aos poucos", afirmou a estudante Silvia Murgel.

Junto a outras mulheres, ela carregava uma grande faixa onde estava escrito: "Ele pode viajar o mundo de carona. Eu não".

Trajeto

A concentração começou às 16h no vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp), na Avenida Paulista, mas o ato saiu somente às 18h. Isso porque, no mesmo momento, estava o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MTST) ocupava o Gabinete Regional da Presidência da República em São Paulo, na mesma via.

Por conta de um cordão de isolamento da Polícia Militar na altura da Rua Augusta, as mulheres não puderam se solidarizar aos sem-teto. O ato foi encerrado na Praça Roosevelt.

Parada

O trajeto fez uma parada na Rua Augusta em frente à casa de shows Comedians, que pertence aos comediantes Rafinha Bastos e Danilo Gentili. Palavras de ordem foram entoadas contra os sócios do local, ambos autores de declarações machistas na TV aberta.

Próxima atividade

As organizadora divulgaram que a próxima atividade será uma aula pública neste domingo (5), em frente ao prédio da Gazeta, também na Avenida Paulista, às 13h.

Já está confirmada a participação da secretária-adjunta de Direitos Humanos do município de São Paulo, Djamila Ribeiro.

Edição: Camila Rodrigues da Silva

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