Eleições

Peru: primeiros resultados indicam vitória apertada de Kuczynski sobre Keiko

O candidato PPK tem pouco mais de 1% de vantagem sobre a candidata fujimorista, que diz contar com os votos do exterior

OperaMundi |
Diferença apertada entre os dois candidatos
Diferença apertada entre os dois candidatos - Reprodução/@ONPE_oficial

Os primeiros resultados oficiais do segundo turno das eleições presidenciais do Peru, divulgados na noite deste domingo (05), indicam que Pedro Pablo Kuczynski, do partido PPK (Peruanos Por el Kambio), será o novo presidente do país.

 
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O Escritório Nacional de Processos Eleitorais (ONPE) do Peru divulgou os resultados apurados de 51,7% das atas eleitorais, em que constam 50,59% dos votos para PPK e 49,41% para Keiko.

A candidata da Força Popular e filha de Alberto Fujimori (1990-2000) disse que vai esperar os votos de peruanos no exterior e das regiões rurais do país. “Vamos esperar com prudência a noite toda porque chegarão os votos do exterior, do Peru rural e do Peru profundo. Por isso estamos otimistas, por isso digo obrigada, Peru”, declarou do balcão do hotel onde está hospedada, em Lima.

Pedro Pablo Kuczynski, virtual novo presidente peruano, também agradeceu o apoio dos eleitores e disse que vai seguir “com respeito os resultados oficiais”.

Uma sondagem do instituto Ipsos, considerado o mais confiável do país, divulgada após o fim da votação e antes dos primeiros resultados oficiais já indicava a vitória de PPK por uma estreita margem, tendo previsto 50,5% para o economista e 49,5% para Keiko.

No primeiro turno, realizado no dia 10 de abril, Keiko obteve 39,8% dos votos, seguida por Kuczynski, com 21%, e por Verónika Mendoza, candidata da coalizão de esquerda Frente Ampla, com 18,7%.

Apesar da vantagem indicada em pesquisas de intenção de voto desde o começo do processo eleitoral, a vitória de Keiko não era certa, afirmavam analistas políticos, especialmente pelo aumento de mobilizações contra a candidata. Keiko enfrenta forte resistência de movimentos sociais, que dizem que sua eleição resultaria em um retrocesso e um retorno ao fujimorismo, regime político identificado com seu pai, o ex-ditador Alberto Fujimori (1990-2000), que se encontra na prisão condenado por corrupção e violação de direitos humanos.

Kuczynski, de 77 anos, é identificado com setores empresariais estrangeiros. O economista – que usa as iniciais do seu nome (PPK) para dar nome ao partido "Peruanos por el Kambio" – é ex-funcionário do Banco Mundial e ex-ministro de Economia de Minas e Energia em 2001. De pai alemão e mãe franco-suíça, tem dupla cidadania e foi educado na Europa e nos Estados Unidos, o que lhe rendeu o apelido de “Gringo”.

PPK tenta se desvincular dessa imagem para se aproximar dos setores populares. Diz que, apesar de sua origem e seus laços, conhece “muito bem” o Peru. Segundo ele, hoje no país sul-americano é preciso resolver três problemas principais, que seriam segurança, economia “freada” e falta de investimento social. 

 

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