Editorial

O fantasma das privatizações

Com o golpe em curso no nosso país, o governo interino de Temer rapidamente colocou propostas antipopulares em prática

Rio de Janeiro |

Na década de 90, o Brasil sofreu o avanço do neoliberalismo. Através do Plano Nacional de Desestatização, os governos de Collor e Fernando Henrique Cardoso entregaram o patrimônio público ao capital internacional, sob o pretexto de que não servia mais para o nosso país. Empresas de telecomunicação, grande parte do setor elétrico e a então Vale do Rio Doce estão entre as mais de 150 empresas públicas que acabaram sendo entregues a grandes corporações transnacionais a preços irrisórios. Não é à toa que todo este processo foi chamado de PRIVATARIA.

Desde 2003, o governo voltou a investir nas empresas estatais e freou a onda privatizante dos governos anteriores. Mas, com o golpe em curso no nosso país, o governo interino de Michel Temer rapidamente colocou em prática o que expressou no documento “Uma ponte para o futuro”, ainda em outubro de 2015. Entre as propostas antipopulares do programa golpista está o fantasma das privatizações.

Agenda neoliberal

O plano de Temer é privatizar as empresas públicas como Petrobrás, Eletrobrás, Correios, Caixa Federal, Banco do Brasil, BNDES, entre outras. Além disso, está na agenda neoliberal do governo repassar o controle e a exploração dos recursos naturais estratégicos como o pré-sal, por exemplo. Por fim, também é proposta do governo privatizar os serviços públicos como o SUS, o saneamento e a educação.

Ou seja, a proposta de Temer é a redefinição do que é público. Não é à toa que escolheu Maria Sílvia Bastos Marques para ser a presidente do BNDES: ela foi uma das comandantes das privatizações do governo FHC. Além disso, o novo governo adotou a Medida Provisória 727, com força de lei, que dá as coordenadas para “privatizar tudo o que for possível”. Se não bastasse, tramita na Câmara dos Deputados o PL 4918, que abre portas à privatização das empresas públicas.

Soberania

Diante dessas ameaças, o que não nos deve faltar é coragem! Coragem de participar de todas as manifestações contra as privatizações e em defesa das empresas estatais para que o país continue tendo soberania sobre suas riquezas naturais estratégicas e sobre o seu patrimônio, construído com o esforço dos trabalhadores e trabalhadoras!

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