Luta por Moradia

Após um ano de ocupação MTST faz acordo e desocupa terreno em São Paulo

Temer recua da revogação das contratações do Minha Casa, Minha Vida e segue decisão de Dilma para construção de moradias

Redação |
Militantes sem-teto manifestam por moradia e contra governo de Michel Temer
Militantes sem-teto manifestam por moradia e contra governo de Michel Temer - Mídia Ninja

Cerca de 800 pessoas do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) que ocupavam um terreno de 150 mil m² na região do Jardim Iguatemi, zona leste de São Paulo, desde junho de 2014, desocuparam a área de forma pacífica, neste domingo (12). A saída do terreno aconteceu após um acordo com o Governo Federal, que aprovou a portaria de contratações do Minha Casa, Minha Vida para a construção de conjuntos habitacionais.

Os novos contratos foram autorizados pela presidenta Dilma Rousseff antes de seu afastamento, em maio deste ano, mas foram revogados pelo ministro das Cidades, Bruno Araújo, logo após a posse do governo interino de Michel Temer. O ministro acabou recuando da decisão quando o MTST ocupou o Escritório da Presidência em São Paulo, na avenida Paulista. As famílias que estavam na ocupação serão atendidas com a construção de um condomínio de 800 habitações, na região do Jardim Iguatemi.

Histórico

Durante um ano de ocupação, o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) realizou uma série de manifestações contra a reintegração de posse do terreno. Segundo um dos coordenadores do movimento, Josué Rocha, quando o proprietário reivindicou a área ocupada, os militantes protestaram em frente à sua empresa para retardar a reintegração.

"Fizemos muitas lutas, tanto na prefeitura, quanto em relação ao governo federal e na empresa do proprietário para conseguir uma alternativa de moradia para as famílias, o que acabou se concretizando com esse projeto dos conjuntos habitacionais que serão construídos ali na região mesmo. É uma conquista muito importante", diz o militante.

Segundo Rocha, depois da desocupação, os sem-teto retornaram para casas de aluguel ou de familiares enquanto aguardam as obras serem realizadas. "A maioria das pessoas que estavam lá moram de aluguel ou em habitação irregular, em áreas de risco, inclusive. Vai ser o primeiro conjunto habitacional com esse porte construído naquela região. Temos que reforçar a importância da luta dessas famílias, mesmo nesse momento de golpe. Só por isso elas conseguiram fazer essa desocupação com a conquista assegurada. Foi uma desocupação pacífica, negociada. Foi uma saída das famílias com festa, com a certeza de que todos estão com sua moradia garantida", finalizou.  

 

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