Rio de Janeiro

CRISE ECONÔMICA

Calamidade chega à Rioprevidência

Pela primeira vez na história, funcionários da previdência do Rio entram em greve

do Rio de Janeiro (RJ) |
Servidores fazem greve e protestam em frente ao Rioprevidência
Servidores fazem greve e protestam em frente ao Rioprevidência - Mayara Alves/Sindsprev

Desde que o estado de calamidade pública foi decretado pelo governador em exercício Francisco Dornelles, a situação financeira do estado se agravou e mais servidores entraram em greve. Nesta quarta-feira (29), os trabalhadores do Rioprevidência decidiram paralisar atividades por tempo indeterminado. Essa é a primeira greve da categoria desde que a autarquia foi criada em 1999.

O motivo principal é o atraso e o parcelamento nos pagamentos. Uma primeira parcela do salário foi depositada no dia 14 desse mês, mas muitos funcionários públicos estão sem receber a segunda metade.

Irineu Santana, diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde, Trabalho e Previdência Social do Estado do Rio de Janeiro (Sindsprev-RJ), falou sobre a situação da categoria.

“Você imagina o que é trabalhar o mês inteiro, fazer sua parte, se esforçar no trabalho e no final do mês não receber seu salário, ou receber atrasado e parcelado? É terrível o que está acontecendo hoje com os servidores públicos, não estamos conseguindo pagar nossas contas e honrar nossos compromissos”, afirmou Santana.

O movimento grevista exige que os salários voltem a ser pagos em dia e de forma integral. Na quarta-feira também foi realizado um ato em frente à sede do Rioprevidência, no centro da cidade.

RIO EM CALAMIDADE

Outros setores do governo do estado também estão sem receber. Polícias civil e militar, saúde e setores administrativos ainda não receberam a segunda parcela do salário de junho. “Não existe um critério claro sobre o parcelamento. Além disso, os salários mais altos são os primeiros a serem pagos, como os dos juízes e do Ministério Público. Isso não tem lógica”, critica Álvaro Barbosa, presidente da Federação das Associações e Sindicatos de Servidores Públicos Municipais e Estaduais do Rio (Fasp-RJ).

O presidente da Fasp explica que a entidade entrou com uma ação no Supremo Tribunal Federal para pedir a regulação da data do pagamento dos servidores do Rio de Janeiro. “O salário deve ser pago no terceiro dia útil do mês. O que o governo do estado e o Tribunal de Justiça estão fazendo é desobediência civil, estão fazendo para prejudicar os trabalhadores”, denuncia Álvaro Barbosa.

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