Golpe

Em menos de dois meses, governo interino já é impopular

A luta pela democracia vem sendo travada todos os dias nas ruas

Recife, Pernambuco |
Em menos de dois meses, o povo já sente o impacto do golpe
Em menos de dois meses, o povo já sente o impacto do golpe - Laerte

Menos de dois meses do governo interino de Michel Temer, já se sente os impactos na vida do povo e o conjunto de contradições o desmoralizam até mesmo para setores da burguesia e da grande mídia. Incapazes de propor qualquer saída que respeite os interesses populares e a soberania nacional, as propostas continuam sendo articuladas à revelia da participação popular e não encontram apoio na sociedade.

O impeachment que foi apresentado como a salvação do Brasil está cada vez mais desmoralizado, desde o espetáculo protagonizado na votação do Congresso quando a maioria dos deputados assumiram em rede nacional o seu compromisso com os interesses das famílias e não daqueles que os elegeram, até a sucessão de provas de que a Presidenta não cometeu crime de responsabilidade, agora comprovado pela perícia feita a pedido da comissão de Impeachment do Senado. 

A luta pela democracia travada todos os dias nas ruas pelos setores organizados, vai ficando mais concreta quando a vida do povo é atingida na escalada de medidas impopulares de desmonte das políticas públicas de interesse dos mais pobres. Também as medidas conservadoras que atingem os setores médios, artistas, intelectuais que engrossam as fileiras da luta contra o golpe. 

A antecipação das eleições, proposta construída nos marcos dos acordos “pelo alto”representará o consentimento do Golpe. Desconsidera o acúmulo de forças dos setores populares pela recondução da presidenta ao governo nos marcos da luta social. É mais uma ilusão com a viabilidade do atual sistema político, não tem base jurídica, viabilidade política, legitima o golpe, desmobiliza e enfraquece o terreno da luta em que o povo é protagonista de sua história. 

As forças populares devem conduzir a saída política para a crise

A votação no Senado decidirá entre o aprofundamento dos direitos duramente conquistados na Constituinte de 1988 ou a continuidade do desmonte do Estado brasileiro iniciado nos anos 1990, mas somente a força popular resultante desse processo podem abrir uma nova situação política capaz de recolocar na ordem do dia as mudanças estruturais que realmente interessam ao povo.

A força popular gerada em torno no "Fora de Temer" tem forjado um processo de resistência, unidade e recomposição dos setores progressistas por um projeto de nação articulado em torno da Frente Brasil Popular.

Esta construção não pode de ser sequestrada pelos limites da luta institucional articulada pelo alto, marcada pelo calendário eleitoral, repetindo as ilusões que já não cabem para o momento. A volta de Dilma só fará sentido se ancorada na demonstração de força que o povo brasileiro tem dado nas ruas, com um novo governo se comprometendo com a ampliação de canais de diálogo e participação do povo na política, único vínculo capaz de dar ao seu retorno o sentido de vitória. É momento de desmascarar a farsa do sistema político e colocar o projeto do povo em cena e de fazê-lo com a coragem que o momento político exige.

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