Cinema

Festival de Cinema Latino-Americano destaca presença de mulheres diretoras

Na abertura do evento, o festival exibe o longa de Anna Muylaert "Mãe só há uma"; Serão exibidos 118 filmes de 13 países

Agência Brasil |
O longa-metragem Mãe Só Há Uma será exibido na abertura do Festival de Cinema Latino-americano de São Paulo. O filme é dirigido por Anna Muylaert, que também dirigiu Que Horas Ela Volta e é a homenageada da 11ª edição do festival
O longa-metragem Mãe Só Há Uma será exibido na abertura do Festival de Cinema Latino-americano de São Paulo. O filme é dirigido por Anna Muylaert, que também dirigiu Que Horas Ela Volta e é a homenageada da 11ª edição do festival - Mãe só há uma/divulgação

A 11ª edição do Festival de Cinema Latino-Americano de São Paulo destaca a crescente presença de mulheres na produção cinematográfica regional e homenageia a cineasta paulista Anna Muylaert, que dirigiu o recente sucesso Que Horas ela Volta. Serão exibidos 23 títulos da diretora e roteirista, inclusive trabalhos do início de sua carreira, que são de rara circulação.

Nesta quarta-feira (20), na sessão de abertura do evento, o festival exibe o longa-metragem de Anna, inédito no Brasil, Mãe Só Há Uma (2016) e, até o dia 27 de julho, serão exibidos 118 filmes de 13 países no Memorial da América Latina, na capital paulista. Além dos filmes, haverá ainda a realização de encontros e debates com o público.

Já na quinta-feira (21), haverá um encontro da diretora com o público e com a cartunista Laerte para a exibição também inédita de outra versão de seu filme com Regina Casé: Que Horas ela Volta – Demo Filme. A versão foi usada na construção de seu longa-metragem e será comentada pela própria diretora.

Atrações

Além do destaque para a produção feminina, o curador e criador do festival, João Batista de Andrade, conta que a proposta do evento é abrir as portas para novidades. “O festival tem uma série de novidades: tem uma mostra muito grande do cinema mexicano – comédias e dramas mexicanos; tem uma mostra muito grande do cinema contemporâneo latino-americano e tem uma coisa especial que são as mulheres que estão passando por trás da câmera”, antecipa João Batista.

Ele conta que o cinema da geração em que se formou tinha muito prestígio, inclusive internacional, e recebeu muitos prêmios. Para João Batista, no entanto, ficar reprisando essa produção sufoca a possibilidade de dar visibilidade às novas gerações. O cineasta acredita que o festival, que surgiu em 2006, abriu espaço para novos talentos.

“Foi muito importante que o festival fizesse isso, desde 2006. Eu acho que abriu e mostrou para os jovens que eles teriam espaço. Os cineastas [tradicionais] continuam importantes, mas é preciso que haja novas ideias, que as novas gerações tenham chance de expor uma nova visão”, acrescentou.

A exibição de filmes e diretores clássicos, no entanto, não estão de fora da programação. “Sempre contrabalanceamos, sempre fazemos uma homenagem, uma exibição de filmes clássicos, de filmes importantes, mas o festival é aberto para novidades, para as ideias novas do cinema”, lembra o curador João Batista.

A mostra especial "Divas da Época de Ouro" revela atrizes do cinema mexicano em produções da década de 1940. Serão exibidas obras estreladas pelas divas María Félix, Ninón Sevilla, Marga Lopez, Stella Inda e Dolores Del Rio. A mostra inclui ainda uma seleção de filmes noir, como Na Palma de Tua Mão, Irmãs Malditas, Outro Amanhecer e A Riqueza do Diabo.

Outra mostra especial do festival, "Mulheres Atrás das Câmeras", vai reunir produções recentes (de 2014 e 2015) da nova geração feminina de cineastas mexicanas, composta por nomes como Alejandra Márquez Abella e Teresa Camou. Em 2015, segundo a organização do festival, um quarto da produção cinematográfica de longas-metragens mexicana foi dirigida por diretoras

 

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