Paraná

Editorial

Desafios para a capital paranaense

O vínculo entre as candidaturas e o poder financeiro só será resolvido com a Reforma Política

Curitiba |
Fruet não enfrentou os grupos econômicos, as chamadas “máfias”
Fruet não enfrentou os grupos econômicos, as chamadas “máfias” - Manolo Ramires

Neste período, acontecem as convenções de diversos partidos políticos. O objetivo é definir nomes para as eleições em Curitiba. Com isso, é momento de fazer avaliação do governo de Gustavo Fruet (PDT) e, ao mesmo tempo, apontar as falhas deixadas na gestão municipal.

Fruet não enfrentou os grupos econômicos, as chamadas “máfias”. Não fez a revisão do contrato do transporte coletivo, dos aterros sanitários, e não mexeu nos imóveis vazios. Curitiba hoje tem 60 mil imóveis abandonados na região central da cidade, que poderiam servir à moradia popular. E, em 2015, o investimento em habitação caiu de 0,9% para 0,6% do orçamento.

As medidas em favor dos trabalhadores foram incompletas. Os planos de carreira para os servidores públicos vieram a custo de muitas lutas e ainda existem vários problemas – lembrando que um serviço público de qualidade se faz com trabalhadores valorizados. Houve a criação da Casa de Passagem Indígena e do Conselho Municipal de Direitos Humanos, ambos importantes, mas apresentam limitações

Porém, devido ao seu perfil vacilante, Fruet não teve coragem para avançar, distanciou-se de movimentos sociais e do Partido dos Trabalhadores (PT), que compunha o seu governo. Agora cogita tomar medidas semelhantes ao governo estadual de Richa (PSDB), como mexer na Previdência dos servidores públicos.

Muitos das elites, alguns dos trabalhadores

É fato que haverá mais candidatos alinhados com grandes grupos econômicos do que ligados ao povo. As opções, do lado das elites, além do próprio Gustavo Fruet, são Rafael Greca (PMN), Ney Leprevost (PSD) e outras candidaturas menores. O vínculo entre as candidaturas e o poder financeiro só será resolvido com a Reforma Política. A pulverização de candidaturas compromete o debate de projeto para a cidade.

Já os candidatos vinculados à classe trabalhadora são Tadeu Veneri (PT) e Xênia Mello (Psol). No campo democrático há também a candidatura de Requião Filho (PMDB). Ao menos nos debates, será preciso unidade da esquerda para apontar problemas reais dos curitibanos, chamando-os a se organizar por seus direitos.

Edição: ---