Eleições

Hillary promete criar empregos e recuperar economia dos EUA durante nomeação

Candidata à Casa Branca criticou Trump, agradeceu Sanders e prometeu reforma eleitoral e aumento do salário mínimo

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 Hillary Clinton durante discurso de encerramento da convenção democrata
Hillary Clinton durante discurso de encerramento da convenção democrata - ABC/Ida Mae Astute

Hillary Clinton, ex-secretária de Estado dos EUA e ex-senadora por Nova York, fez na noite desta quinta-feira (29) o discurso de encerramento da convenção nacional democrata e de aceitação de sua nomeação como candidata do partido à Presidência do país, fazendo história como a primeira mulher candidata à Casa Branca por um grande partido.

Em um discurso que durou 58 minutos após ter sido apresentada por sua filha, Chelsea Clinton, como uma “heroína”, Hillary focou em temas muito explorados por Donald Trump, o candidato republicano, como a economia e a segurança nacional. A democrata, porém, ofereceu soluções diferentes daquelas propostas por Trump, conhecido por sua retórica raivosa e por fomentar a xenofobia no país ao culpar imigrantes e muçulmanos pelos problemas enfrentados pelos EUA.

“Não vamos construir um muro”, disse Hillary, em referência à mais controversa proposta de Trump, de construir um muro entre o México e os EUA. “Em lugar disso, vamos construir uma economia onde qualquer pessoa que queira um emprego com um bom salário possa conseguir um”, afirmou a democrata, que prometeu, caso seja eleita em novembro, implementar “o maior programa de criação de empregos desde o fim da Segunda Guerra Mundial” em seus primeiros 100 dias como presidente.

Segundo Hillary, as ameaças à “prosperidade dos EUA” incluem desigualdade e limitada mobilidade social e frustração da classe trabalhadora com relação aos salários no país. “Nós, democratas, somos o partido da classe trabalhadora, mas não fizemos um trabalho bom o bastante para mostrar que entendemos o que vocês estão vivendo e vamos fazer algo sobre isso”, disse a candidata, se distanciando do atual presidente, Barack Obama, e indicando o que pretende aprimorar de seu legado.

Sobre as “ameaças domésticas e no exterior”, em referência aos recentes ataques contra civis nos EUA, como na boate gay em Orlando, e em outros países, como na França e no Afeganistão, Hillary rejeitou a retórica do medo empregada por Trump, que classifica tais ataques como “terrorismo islâmico” e propõe proibir a entrada de muçulmanos no país. “Não temos medo. Vamos enfrentar o desafio, como sempre fizemos”, declarou.

Entre as promessas de Hillary estão também a reforma do financiamento de campanhas eleitorais para tentar evitar a influência de corporações nas eleições do país – algo de que ela sempre se beneficiou –, o combate às mudanças climáticas através da expansão do uso de energia de fontes renováveis, o aumento do salário mínimo e o controle da venda e da posse de armas de fogo, o ponto de maior disputa entre democratas e republicanos nos últimos anos nos EUA.

Hillary agradeceu Bernie Sanders, que foi seu rival na corrida pela nomeação democrata e que após meses de acirrada disputa declarou seu apoio à ex-secretária de Estado com foco na necessidade de impedir que Trump chegue à Presidência do país. "Você [Bernie] colocou temas econômicos e de justiça social no centro do debate, que é onde eles devem estar. A todos os seus apoiadores aqui e ao redor do país: quero que saibam que eu ouvi vocês. A causa de vocês é a nossa causa. Nosso país precisa de suas ideias, energia e paixão", afirmou. 

A candidata também falou sobre Trump, destacando, entre outros aspectos, o temperamento instável do candidato republicano. “Imagine Trump no Salão Oval enfrentando uma crise real. Um homem que se irrita com um tuíte não é um homem em quem se pode confiar com armas nucleares”, declarou. O republicano respondeu, de fato, através de seu perfil no Twitter, afirmando que “corrupção e devastação seguem Hillary aonde quer que ela vá” e criticando a democrata por não usar as palavras “radicalismo islâmico”, que ele classifica como uma “ameaça ao estilo de vida” dos norte-americanos.

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