Mostrar Menu
Brasil de Fato
ENGLISH
Ouça a Rádio BdF
  • Apoie
  • TV BdF
  • RÁDIO BRASIL DE FATO
    • Radioagência
    • Podcasts
    • Seja Parceiro
    • Programação
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • I
  • Política
  • Internacional
  • Direitos
  • Bem viver
  • Opinião
  • DOC BDF
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Mostrar Menu
Brasil de Fato
  • Apoie
  • TV BDF
  • RÁDIO BRASIL DE FATO
    • Radioagência
    • Podcasts
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
Mostrar Menu
Ouça a Rádio BdF
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Brasil de Fato
Início Geral

Especial Nós, Mujeres

María Ileana Faguaga: “Sou uma mulher negra, afrocubana e consciente”

Antropóloga e jornalista, a professora da Universidade de Havana fala sobre o que significa ser negra em Cuba

29.jul.2016 às 17h40
Atualizado em 01.fev.2020 às 18h36
São Paulo
Juliana Gonçalves
“Somos herdeiras das mulheres negras mais fortes e temos que ser um exemplo para mulheres negras das próximas gerações“, afirma a historiadora

“Somos herdeiras das mulheres negras mais fortes e temos que ser um exemplo para mulheres negras das próximas gerações“, afirma a historiadora - “Somos herdeiras das mulheres negras mais fortes e temos que ser um exemplo para mulheres negras das próximas gerações“, afirma a historiadora

Ativista de direitos humanos, María-I. Faguaga Iglesias conhece bem a realidade da população afrocubana. Historiadora e antropóloga, é professora da Universidade Havana. Suas principais áreas de pesquisa são: mulher afrocubana, religiões afro, raça, gênero e saúde.

Nesta entrevista ela explica o histórico da luta negra em Cuba e relata as dificuldades enfrentadas por ativistas na Ilha. “Não podemos ser verdadeiramente revolucionários se somos racistas. Se ainda utilizamos métodos de colonização”, dispara. Há 3 anos no Brasil, ela se apresenta como “uma mulher negra, afrocubana e consciente“.

Brasil de Fato: O que significa ser uma mulher negra cubana?

Maíra Faguaga: Significa ser invisibilizada, como ocorre com as mulheres negras das Américas e provavelmente de todo o mundo. Estamos super-representada nos aspectos negativos, como a pobreza, os problemas de moradia, os níveis de formação em ensino superior, principalmente nas áreas de humanas. A mulher negra cubana continua sendo vítima de estereótipos e estigmas relacionados a populações afrodescendentes.

O nível de consciência racial das mulheres aumentou?

Acredito que sim. Pela primeira vez vemos um nível de conscientização de mulheres negras de diferentes esferas intelectuais e artísticas, outras que nem à faculdade foram, mas que articulam muito bem seu pensamento e tem uma capacidade de luta forte contra o patriarcado do homem afrocubano. Mulheres que sabem que essa luta é secular, que somos herdeiras dessa luta. Somos herdeiras das mulheres negras mais fortes e temos que ser um exemplo para mulheres negras das próximas gerações.

Como o contexto da revolução cubana afeta a vidas das mulheres negras do país?

Acredito que muito cedo o governo decretou o final do racismo no país e houve pessoas que acreditaram. E isso coloca a mulher afrocubana numa posição particular. Afinal, como explicar a quem não quer escutar que o governo revolucionário também continua sendo racializado? Muitas de nós, nos anos 60 e 70, conseguimos acessar o ensino superior, mas hoje, muitas tiveram que voltar a ser faxineiras de mulheres brancas que tem nível de instrução menor.

Você está dizendo que a universalização de garantia de direitos básicos não findou com o racismo?

Aconteceu que até o final dos anos 70 você poderia encontrar muitos militares negros, mas dificilmente você encontraria nos altos escalões. Um paradoxo, porque temos nossos militares negros desde a época colonial. Isso por uma parte, por outra você poderia encontrar muitos médicos e médicas afrodescendentes, mas dificilmente trabalhando em cargos altos do governo, ou na direção dos hospitais. Existe claramente a necessidade de reconhecer medidas direcionadas para a população negra, o que não acontece.

Na sua opinião, o primeiro processo revolucionário foi a libertação negra?

Os escravizados protagonizaram a primeira revolução, que também era anticolonialista. Acho que para mim seria bem mais fácil me identificar com a revolução de 1959, porque minha própria família estava comprometida com ela, mas temos pendentes não só em Cuba, mas nas Américas um processo realmente transformador político, econômico, social e cultural.

Ha três anos no Brasil, a senhora está vivenciando a realidade racial brasileira, pode comentar essa experiência?

Aqui passei a entender a realidade das pessoas negras brasileiras como imigrantes negras. Então tenho a experiência como mulher negra de sentir o racismo e de sentir a colonização das mentes. Descobri que aqui o racismo está muitas vezes inserido nas mentes de pessoas que se dizem de esquerda e que terminam agindo como colonialistas brancos.

O povo negro no mundo vive um processo de etnocídio e genocídio, como vê isso?

O etnocídio é secular, é o assassinato simbólico do sujeito tentando desestruturar a pessoa desses códigos culturais próprios dela, e isso tem se mantido claro em todos os nossos países, também em meu país, mesmo falando que é socialista. Há, por exemplo, uma tentativa de ocultar que a maioria da população cubana é negra. Segundo o Censo somos 30% entre negros e mestiços e 70% da população branca. Quando você anda pelo país, percebe que pelo menos 50% da população pode ser considerada negra e isso é camuflado.

Edição: José Eduardo Bernardes

Editado por: Redação
loader
BdF Newsletter
Escolha as listas que deseja assinar*
BdF Editorial: Resumo semanal de notícias com viés editorial.
Ponto: Análises do Instituto Front, toda sexta.
WHIB: Notícias do Brasil em inglês, com visão popular.
Li e concordo com os termos de uso e política de privacidade.

Veja mais

Mobilização

Prisão de Cristina Kirchner pode reacender unidade no peronismo, avalia jornalista argentina

JÁ PODE PEDIR MÚSICA

Governo Federal fracassa em 3ª tentativa de leiloar área próxima a Fernando de Noronha para exploração de petróleo

GUERRA ECONÔMICA

Guerra entre Irã e Israel pode ter impacto direto no mercado do petróleo global

DitaduraA Advocacia-

AGU assinará acordo para indenizar família de Vladimir Herzog

Risco ambiental

Geógrafo denuncia ‘estratégia sorrateira’ do leilão da ANP para exploração de petróleo

  • Quem Somos
  • Publicidade
  • Contato
  • Newsletters
  • Política de Privacidade
  • Política
  • Internacional
  • Direitos
  • Bem viver
  • Socioambiental
  • Opinião
  • Bahia
  • Ceará
  • Distrito Federal
  • Minas Gerais
  • Paraíba
  • Paraná
  • Pernambuco
  • Rio de Janeiro
  • Rio Grande do Sul

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.

Nenhum resultado
Ver todos os resultados
  • Apoie
  • TV BDF
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • Rádio Brasil De Fato
    • Radioagência
    • Podcasts
    • Seja Parceiro
    • Programação
  • Política
    • Eleições
  • Internacional
  • Direitos
    • Direitos Humanos
    • Mobilizações
  • Bem viver
    • Agroecologia
    • Cultura
  • Opinião
  • DOC BDF
  • Brasil
  • Cidades
  • Economia
  • Editorial
  • Educação
  • Entrevista
  • Especial
  • Esportes
  • Geral
  • Meio Ambiente
  • Privatização
  • Saúde
  • Segurança Pública
  • Socioambiental
  • Transporte
  • Correspondentes
    • Sahel
    • EUA
    • Venezuela
  • English
    • Brazil
    • BRICS
    • Climate
    • Culture
    • Interviews
    • Opinion
    • Politics
    • Struggles

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.