Jornalismo alternativo

The Intercept lança versão brasileira

Jornal pretende fazer ampla cobertura sobre o processo de impeachment e denunciar a concentração da mídia no Brasil

Brasil de Fato |
O site possuí plataformas e guias de segurança para que fontes anônimas possam enviar denúncias
O site possuí plataformas e guias de segurança para que fontes anônimas possam enviar denúncias - Reprodução

O jornal britânico The Intercept lança, nesta terça-feira (02), a versão brasileira do site. Conhecido por suas posições contra o golpe institucional que acontece no Brasil, o noticiário afirma que pretende ajudar com a quebra dos monopólios da mídia no país.

A equipe brasileira conta com dez pessoas e pretende entregar conteúdos fotográficos, audiovisuais e em texto, além de reportagens investigativas.

Uma posição clara do Intercept é denunciar a forma como os meios de comunicação brasileiros estão concentrados, no texto de anúncio da nova versão em português, o editor fundador Glenn Greenwald afirma que “Ficou claro para nós [do Intercept] que há um enorme apetite por formas alternativas de jornalismo no país” e complementa afirmando que os meios ignoram parte da população, “grandes veículos de comunicação brasileiros mascaram os principais desafios sociais e econômicos presentes, assim como a diversidade de opiniões e movimentos existentes no país”, explica o repórter.

Outra proposta para inovar a diversidade de notícias, o site possuí plataformas e guias de segurança para que fontes anônimas possam enviar denúncias relacionadas a governos e empresas privadas.

O Intercept, conforme a própria descrição do veículo, surgiu como uma plataforma digital para divulgar documentos da NSA (Agência Nacional de Segurança dos EUA, em tradução livre), levados à público pelo ex-funcionário Edward Snowden.

Atuação

Greenwald ficou conhecido no Brasil em alguns momentos importantes do processo de impeachment contra a presidenta eleita Dilma Rousseff. O repórter afirmou internacionalmente que a mídia brasileira precisava começar a chamar o impeachment de golpe quando os áudios de conversa do então ministro Romero Jucá e o ex-presidente da Transpetro, Sergio Machado foram divulgados.

No caso mais recente, Greenwald denunciou a fraude jornalística da Folha de SP na divulgação de uma pesquisa de opinião sobre a popularidade de Michel Temer. No texto, o jornal brasileiro relatava que 50% dos entrevistados queriam a permanência de Temer como presidente do país. O repórter britânico, porém, mostrou que a informação era manipulada para favorecer o presidente interino.

Veja entrevista de Dilma Rousseff ao The Intercept:

Edição: ---