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Prefeitura de São Paulo recupera R$ 80,5 milhões desviados por Maluf

O ex-prefeito é acusado de desviar o dinheiro de construções na cidade; dinheiro será utilizado para construir creches

São Paulo (SP) |
Os processos são referentes a movimentação financeira na Suíça, Estados Unidos e Ilha de Jersey de empresas ligada ao político e a seus familiares
Os processos são referentes a movimentação financeira na Suíça, Estados Unidos e Ilha de Jersey de empresas ligada ao político e a seus familiares - Rovena Rosa / Agência Brasil

A prefeitura de São Paulo recuperou R$ 80,5 milhões em indenização de bancos que ajudaram o ex-prefeito Paulo Maluf (PP) a fazer lavagem de dinheiro enquanto exercia o cargo. O valor será utilizado pela cidade para comprar o terreno do Parque Augusta e a construção de cerca de 20 creches.

Os bancos Citibank N.A (EUA) e UBG AG Zurich (Suíça) pagaram R$ 48,3 e R$ 32,2 milhões, respectivamente. No ano passado, o Deutsche Bank (Alemanhã) pagou R$ 64,4 milhões em indenizações. Com isso, total pago em acordos soma R$ 145 milhões. Do valor, 90% será destinado ao município e o restante dividido entre o Fundo de Interesses Difusos, Fundo Estadual de Perícias e Fazenda do Estado de São Paulo.

Os processos são referentes a danos morais coletivos, sofridos pela população paulistana, decorrentes de movimentação financeira na Suíça, Estados Unidos e Ilha de Jersey de empresas ligada ao político e a seus familiares.

No caso do Deutsche Bank, refere-se ao desvio de recursos durante a construção do túnel Ayrton Senna e da Avenida Roberto Marinho, segundo apuração do jornal Folha de S. Paulo.

No entanto, com este pagamento, os bancos não poderão ser processados pelo uso de suas agências no exterior.

A assessoria do PP disse à Agência Brasil que o parlamentar não está ligado a estes casos. “Trata-se de história antiga e requentada. Paulo Maluf não tem conta no exterior", diz nota enviada ao jornal

Uso do dinheiro

Em entrevista coletiva nesta quarta-feira (03), o prefeito Fernando Haddad afirmou que os recursos recuperados são valiosos e serão devolvidos à população em forma de serviço e equipamentos.

Entre estes, segundo anunciou, estão a aquisição do Futuro Parque Augusta, na região da Avenida Paulista, e a construção de creches. O valor dos acordos para a aquisição do terreno é estimado em R$ 48,3 milhões.

As incorporadoras Cyrela e Setin, donas do terreno, são alvo de ação movida pelo Ministério Público por danos morais, relativos ao tempo que o terreno está inutilizado. Caso condenadas, terão de pagar R$ 40 milhões e podem perder a área.

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