Ataque

Assentamento do MST é atacado no Pará

Violência recorrente no estado contra famílias acampadas já vitimou pelo menos duas pessoas

São Paulo |
Área tem conflitos constantes mesmo com parecer favorável do Incra para criação de assentamento
Área tem conflitos constantes mesmo com parecer favorável do Incra para criação de assentamento - Página MST

Na manhã de ontem (8), o acampamento Quintino Lira do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), localizado no município de Santa Luzia do Pará, foi atacado por homens armados. O grupo sequestrou Marizita, professora do acampamento, e os trabalhadores Chico Vieira e Chico Perna. Segundo testemunhas, as famílias foram forçadas a indicar os locais das roças e plantações que foram queimadas.

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A Fazenda Cambará, onde fica o assentamento Quintino Lira, é uma propriedade grilada. A terra está em posse do deputado federal Josué Bengstson (PTB) e de seu filho Marcos Bengstson.

O Incra já deu parecer favorável à criação do assentamento, mas a área permanece sendo alvo de constantes conflitos.

Mortes

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A violência contra trabalhadores e trabalhadoras rurais recrudesce no estado. Na última quinta-feira (4),  após duas emboscadas, o presidente da Associação Terra Nossa, Ronair José de Lima, foi assassinado em São Félix do Xingu, a 1.050 quilômetros da capital.

Em 2010, um dos líderes do MST, José Valmeristo Soares (ou “Caribé” como era conhecido), foi assassinado em Santa Luzia do Pará.  Quatro pessoas foram presas, entre elas, Marcos Weslley Maestri Bengtson, filho de Josué Bengtson, que foi apontado como mandante do crime. Todos estão respondendo ao processo em liberdade.

 Em nota, o MST lamentou o fato e exigiu “a prisão dos envolvidos e o assentamento imediato das famílias acampadas.”

Edição: José Eduardo Bernardes

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