Mostrar Menu
Brasil de Fato
ENGLISH
Ouça a Rádio BdF
  • Apoie
  • TV BdF
  • RÁDIO BRASIL DE FATO
    • Radioagência
    • Podcasts
    • Seja Parceiro
    • Programação
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • I
  • Política
  • Internacional
  • Direitos
  • Bem Viver
  • Opinião
  • DOC BDF
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Mostrar Menu
Brasil de Fato
  • Apoie
  • TV BDF
  • RÁDIO BRASIL DE FATO
    • Radioagência
    • Podcasts
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
Mostrar Menu
Ouça a Rádio BdF
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Brasil de Fato
Início Opinião

Saúde

Da fome à obesidade: capitalismo e seus dramas no século 21

A lógica da indústria é transformar alimentos em produtos lucráveis, e não como estratégicos para a saúde pública

23.ago.2016 às 10h34
Saúde Popular
Alexandre Padilha
"O combate à fome não é o oposto de políticas de combate à obesidade. Ambas fazem parte de um mesmo direito: segurança alimentar para toda a população."

"O combate à fome não é o oposto de políticas de combate à obesidade. Ambas fazem parte de um mesmo direito: segurança alimentar para toda a população." - "O combate à fome não é o oposto de políticas de combate à obesidade. Ambas fazem parte de um mesmo direito: segurança alimentar para toda a população."

Desde que minha filha nasceu, eu e minha companheira ganhamos mais um hábito: ir à feira de orgânicos, em um parque no centro de Sāo Paulo. Feira é lugar para ser abordado por tudo e todos. Em uma das vezes, uma senhora me disse: “que bom vê-lo aqui. Pena que esses alimentos sāo mais caros! Mas é melhor do que gastar muito mais com remédio, não é verdade?” Sim, é verdade. E, aqui em Sāo Paulo, o MST e o prefeito Haddad estāo tornando a alimentaçāo saudável mais acessível para toda a populaçāo.

Nas escolas municipais, mais de 1 milhão de crianças comem, diariamente, alimentos orgânicos na alimentação escolar. Suco de laranja natural, arroz integral, banana sem agrotóxicos, verduras, legumes e uma dieta rica em vitaminas e nutrientes garantem o melhor desenvolvimento no aprendizado e ajudam no combate à obesidade infantil. Foi criado ainda um grupo técnico entre Saúde e Educação para monitorar a qualidade dos produtos e os impactos no desenvolvimento destes estudantes.

Além de garantir a oferta, a iniciativa beneficia também os pequenos e médios agricultores, já que a Prefeitura determinou que a compra dos alimentos tenha, no mínimo, 30% de produtos orgânicos e de base agroecológica. E a primeira compra foi de uma cooperativa do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Para ocupar de vez o espaço, o MST abriu o “Armazém do Campo”, no centro da Capital, para vender produtos orgânicos, livres de agrotóxicos, vindos da reforma agrária e da agricultura familiar. E sem aquele raio gourmetizador no preço!

Nos últimos anos, as políticas públicas implementadas no Brasil nos tiraram de uma situação de fome e subnutrição, mas estamos vendo aumentar a obesidade, em especial nas crianças. Além disso, estudos associam, cada vez mais, a incidência de câncer com uso abusivo de agrotóxicos.

Como saímos de uma situação que, aparentemente, é o oposto da outra em tão pouco tempo? É hora de voltarmos nossos olhos para a qualidade dos alimentos nas prateleiras e o estudo publicado pela USP “O indigesto sistema do alimento mercadoria” nos ajuda a entender essa equação.

Os pesquisadores trazem elementos para identificar como a atual indústria alimentar não visa o bem estar das pessoas, apenas o lucro. Em outras palavras, a lógica que transforma o alimento em apenas um produto lucrável, e não o considera estratégico para a saúde pública, permite que se faça uso excessivo de agrotóxicos, abuse de conservantes, lance mão de transgênicos de forma irresponsável, entre outras medidas que afetam a saúde dos brasileiros e levam ao aumento de peso.

A Organização Mundial de Saúde aponta a obesidade como um dos maiores problemas de saúde pública no mundo. A projeção é que, em 2025, cerca de 2,3 bilhões de adultos estejam com sobrepeso; e mais de 700 milhões, obesos. O número de crianças com sobrepeso e obesidade no mundo pode chegar a 75 milhões, se não houver medidas efetivas.

No Brasil, a obesidade vem crescendo cada vez mais. Na cidade de São Paulo, estudo feito pela Secretaria Municipal da Saúde, em 2015, aponta que 50% dos paulistanos estão com sobrepeso. Em 2003 este número era de 38%. Esse cenário é reflexo do consumo em larga escala de alimentos industrializados, somado à rotina incessante da urbanização: pouco tempo para se alimentar e se exercitar adequadamente.

O poder público pode interferir em algumas frentes para mediar essa realidade. Quando estava no Ministério da Saúde, além de uma política nacional de alimentaçāo saudável, envolvendo a estratégia de saúde da família com os Núcleos de Apoio à Saúde da Família, reduzimos sódio e gordura nos processados. A regulaçāo da publicidade infantil ainda é um desafio.

Precisamos ter o entendimento de que o combate à fome não é o oposto de políticas de combate à obesidade. Ambas fazem parte de um mesmo direito que deve ser garantido: segurança alimentar para toda a população. E para superarmos são necessárias políticas públicas integradas de saúde, educação e desenvolvimento social e local. Esse é o item no cardápio que todos temos que cobrar nas nossas cidades.

*Alexandre Padilha é médico infectologista e atual secretário municipal da Saúde de São Paulo. Foi ministro da Saúde do Governo Dilma e das Relações Institucionais do Presidente Lula.

 

 

 

 

 

Editado por: Redação
loader
BdF Newsletter
Escolha as listas que deseja assinar*
BdF Editorial: Resumo semanal de notícias com viés editorial.
Ponto: Análises do Instituto Front, toda sexta.
WHIB: Notícias do Brasil em inglês, com visão popular.
Li e concordo com os termos de uso e política de privacidade.

Veja mais

Má fama

Hillary Clinton dispara contra Bolsonaro: ‘o amigo corrupto’ de Trump

Direito de morar

Ocupação dos Queixadas celebra 6 anos em SP sob ameaça de despejo

Dia Nacional do Funk

No fundo, a mensagem é ‘fique longe do crime’, diz musicólogo sobre letras do funk

90 dias sem justiça

Três meses após PM matar senegalês Ngagne Mbaye, ambulantes vão às ruas de SP pelo fim da Operação Delegada

ENERGIA

Nova medida provisória tenta evitar alta na conta de luz após derrubada de vetos

  • Quem Somos
  • Publicidade
  • Contato
  • Newsletters
  • Política de Privacidade
  • Política
  • Internacional
  • Direitos
  • Bem Viver
  • Socioambiental
  • Opinião
  • Bahia
  • Ceará
  • Distrito Federal
  • Minas Gerais
  • Paraíba
  • Paraná
  • Pernambuco
  • Rio de Janeiro
  • Rio Grande do Sul

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.

Nenhum resultado
Ver todos os resultados
  • Apoie
  • TV BDF
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • Rádio Brasil De Fato
    • Radioagência
    • Podcasts
    • Seja Parceiro
    • Programação
  • Política
    • Eleições
  • Internacional
  • Direitos
    • Direitos Humanos
  • Bem Viver
    • Agroecologia
    • Cultura
  • Opinião
  • DOC BDF
  • Brasil
  • Cidades
  • Economia
  • Editorial
  • Educação
  • Entrevistas
  • Especial
  • Esportes
  • Geral
  • Saúde
  • Segurança Pública
  • Socioambiental
  • Transporte
  • Correspondentes
    • Sahel
    • EUA
    • Venezuela
  • English
    • Brazil
    • BRICS
    • Climate
    • Culture
    • Interviews
    • Opinion
    • Politics
    • Struggles

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.