Mostrar Menu
Brasil de Fato
ENGLISH
Ouça a Rádio BdF
  • Apoie
  • TV BdF
  • RÁDIO BRASIL DE FATO
    • Radioagência
    • Podcasts
    • Seja Parceiro
    • Programação
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • I
  • Política
  • Internacional
  • Direitos
  • Bem Viver
  • Opinião
  • DOC BDF
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Mostrar Menu
Brasil de Fato
  • Apoie
  • TV BDF
  • RÁDIO BRASIL DE FATO
    • Radioagência
    • Podcasts
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
Mostrar Menu
Ouça a Rádio BdF
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Brasil de Fato
Início Opinião

Artigo

Leonardo Boff: Como enfrentar o fundamentalismo

O fundamentalista está convencido de que a sua verdade é a única; o fascismo começa com esse modo de ver as coisas

24.ago.2016 às 12h22
Atualizado em 01.fev.2020 às 18h36
São Paulo
Leonardo Boff ()
Como vamos enfrentar esse tipo de radicalismo? Creio que uma delas consiste no resgate do conceito bom do relativismo, palavra que muitos nem querem ouvir. Mas nele há muita verdade

Como vamos enfrentar esse tipo de radicalismo? Creio que uma delas consiste no resgate do conceito bom do relativismo, palavra que muitos nem querem ouvir. Mas nele há muita verdade - Como vamos enfrentar esse tipo de radicalismo? Creio que uma delas consiste no resgate do conceito bom do relativismo, palavra que muitos nem querem ouvir. Mas nele há muita verdade

Atualmente, em todo mundo, se verifica um aumento crescente do conservadorismo e de fenômenos fundamentalistas que se expressam pela homofobia, xenofobia, anti-feminismo, racismo e toda sorte de discriminações.

O fundamentalista está convencido de que a sua verdade é a única, e que todos os demais ou são desviantes ou fora da verdade. Isso é recorrente nos programas televisivos das várias igrejas pentecostais, incluindo setores da Igreja Católica. Mas também no pensamento único de setores políticos. Pensam que só a verdade tem direito, a deles. O erro deve ser combatido. Eis a origem dos conflitos religiosos e políticos. O fascismo começa com esse modo fechado de ver as coisas.

Como vamos enfrentar esse tipo de radicalismo? Além de muitas outras formas, creio que uma delas consiste no resgate do conceito bom do relativismo, palavra que muitos nem querem ouvir. Mas nele há muita verdade.

Ele deve ser pensado em duas direções: Em primeiro lugar, o relativo quer expressar o fato de que todos estão de alguma forma relacionados. Na esteira da física quântica, insiste a encíclica do Papa Francisco “sobre como cuidar da Casa Comum”:“tudo está intimamente relacionado; todas as criaturas existem na dependência uma das outras”(n.137;86). Por esta inter-relação todos são portadores da mesma humanidade. Somos uma espécie entre tantas, uma família.

Em segundo lugar,  importa compreender que cada um é diferente e possui um valor em si mesmo. Mas está sempre em relação com outros e seus modos de ser. Dai ser importante relativizar todos os modos de ser; nenhum deles é absoluto a ponto de invalidar os demais; impõe-se também a atitude de respeito e de acolhida da diferença porque, pelo simples fato de estar-aí, goza de direito de existir e de co-existir.

Quer dizer, nosso modo de ser, de habitar o mundo, de pensar, de valorar e de comer não é absoluto. Há mil outras formas diferentes de sermos humanos, desde a forma dos esquimós siberianos, passando pelos yanomamis do Brasil, até chegarmos aos moradores das comunidades da periferia e  aos moradores de sofisticados Alphavilles, onde moram as elites opulentas e amedrontadas. O mesmo vale para as diferenças de cultura, de língua, de religião, de ética e de lazer.

Devemos alargar a compreensão do humano para além de nossa concretização. Vivemos na fase da geo-sociedade, sociedade mundial, una, múltipla e diferente.

Todas estas manifestações humanas são portadoras de valor e de verdade. Mas são um valor e uma verdade relativos, vale dizer, relacionados uns aos outros, inter-relacionados, sendo que nenhum deles, tomado em si, é absoluto.

Então não há verdade absoluta? Vale o “everything goes” de alguns pós-modernos? Traduzindo: “vale tudo”? Não há o vale tudo. Tudo vale na medida em que mantém relação com os outros, respeitando-os em sua diferença e não prejudicando-os.

Cada um é portador de verdade mas ninguém pode ter o monopólio dela, nem uma religião, nem uma filosofia, nem um partido politico,nem uma ciência. Todos, de alguma forma, participam da verdade. Mas podem crescer para uma compreensão mais plena da verdade, na medida em que se relacionam.

Bem dizia o poeta espanhol António Machado: “Não a tua verdade. A verdade. Vem comigo buscá-la. A tua, guarde-a”. Se a buscarmos juntos, no diálogo e na recíproca relacionalidade, então mais e mais desaparece a minha verdade para dar lugar à nossa Verdade, comungada por todos.

A ilusão do Ocidente, dos USA e da Europa é de imaginarem que a única janela que dá acesso à verdade, à religião verdadeira, à autêntica cultura e ao saber crítico é o seu modo de ver e de viver. As demais janelas apenas mostram paisagens distorcidas.

Pensando assim, se condenam a um fundamentalismo visceral que os fez, outrora, organizar massacres ao impor a sua religião na América Latina e na África e, hoje, fazendo guerras com grande mortandade de civis, para impor a democracia no Iraque, no Afeganistão, na Síria e em todo o Norte da África. Aqui se dá também o fundamentalismo, de tipo ocidental.

Devemos fazer o bom uso do relativismo, inspirados, por exemplo, na culinária. Há uma só culinária, a que prepara os alimentos humanos. Mas ela se concretiza em muitas formas e as várias cozinhas: a mineira, a nordestina, a japonesa, a chinesa, a mexicana e outras.

Ninguém pode dizer que só uma é a verdadeira e gostosa, por exemplo, a mineira ou a francesa, e as outras não. Todas são gostosas do seu jeito e todas mostram a extraordinária versatilidade da arte culinária.

Por que com a verdade deveria ser diferente? A base do fundamentalismo é essa arrogância que de que o seu modo de ser, sua ideia, a sua religião e a sua forma de governo é a melhor e a única válida no mundo.

* Leonardo Boff é filósofo, teólogo, professor emérito de Ética da Universidade Estadual do Rio de Janeiro e escritor.

Editado por: Redação
loader
BdF Newsletter
Escolha as listas que deseja assinar*
BdF Editorial: Resumo semanal de notícias com viés editorial.
Ponto: Análises do Instituto Front, toda sexta.
WHIB: Notícias do Brasil em inglês, com visão popular.
Li e concordo com os termos de uso e política de privacidade.

Veja mais

Tradição

A festa não acaba no São João: ritos tradicionais duram o ano inteiro no Maranhão

É DIA DE ROCK, BEBÊ

Festival de rock agita o Agreste a partir deste sábado (5), com programação ao longo de todo o mês

Cúpula do Brics

Lula defende multilateralismo para conter protecionismo e estabelecer diretrizes inteligência artificial

BENEFÍCIO

Saiba como vai funcionar a tarifa social de energia, que passa a valer neste sábado (5)

ALTERAÇÃO

Lei acaba com atenuantes para crimes sexuais contra mulheres

  • Quem Somos
  • Publicidade
  • Contato
  • Newsletters
  • Política de Privacidade
  • Política
  • Internacional
  • Direitos
  • Bem Viver
  • Socioambiental
  • Opinião
  • Bahia
  • Ceará
  • Distrito Federal
  • Minas Gerais
  • Paraíba
  • Paraná
  • Pernambuco
  • Rio de Janeiro
  • Rio Grande do Sul

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.

Nenhum resultado
Ver todos os resultados
  • Apoie
  • TV BDF
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • Rádio Brasil De Fato
    • Radioagência
    • Podcasts
    • Seja Parceiro
    • Programação
  • Política
    • Eleições
  • Internacional
  • Direitos
    • Direitos Humanos
  • Bem Viver
    • Agroecologia
    • Cultura
  • Opinião
  • DOC BDF
  • Brasil
  • Cidades
  • Economia
  • Editorial
  • Educação
  • Entrevistas
  • Especial
  • Esportes
  • Geral
  • Saúde
  • Segurança Pública
  • Socioambiental
  • Transporte
  • Correspondentes
    • Sahel
    • EUA
    • Venezuela
  • English
    • Brazil
    • BRICS
    • Climate
    • Culture
    • Interviews
    • Opinion
    • Politics
    • Struggles

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.