Mostrar Menu
Brasil de Fato
ENGLISH
Ouça a Rádio BdF
  • Apoie
  • TV BdF
  • RÁDIO BRASIL DE FATO
    • Radioagência
    • Podcasts
    • Seja Parceiro
    • Programação
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • I
  • Política
  • Internacional
  • Direitos
  • Bem Viver
  • Opinião
  • DOC BDF
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Mostrar Menu
Brasil de Fato
  • Apoie
  • TV BDF
  • RÁDIO BRASIL DE FATO
    • Radioagência
    • Podcasts
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
Mostrar Menu
Ouça a Rádio BdF
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Brasil de Fato
Início Opinião

Resistência

Meu casaco de intelectual

A universidade é o lugar primordial da política, em tempos onde a cidade não é mais

31.ago.2016 às 13h13
Atualizado em 01.fev.2020 às 18h36
Rio de Janeiro
Danillo Bragança
O casaco de intelectual, que já foi sinônimo de autoridade, padece com a mesma sensação de desrepresentação. Hoje, o casaco é um manto de invisibilidade

O casaco de intelectual, que já foi sinônimo de autoridade, padece com a mesma sensação de desrepresentação. Hoje, o casaco é um manto de invisibilidade - O casaco de intelectual, que já foi sinônimo de autoridade, padece com a mesma sensação de desrepresentação. Hoje, o casaco é um manto de invisibilidade

Escrever um texto sobre política em um contexto como esse é escrever sobre o quê?

Vivemos a interrupção forçada de um longo período de exercício de democracia, desde as eleições de 1993.  De lá pra cá, três presidentes, avanços importantes em termos sociais, econômicos e políticos. Melhor projeção internacional. Mais audácia, mais altivez, mais soberania. Emancipação. Gente pobre cursando universidade.  Combate à corrupção, com direito à exposição das nossas vísceras pelo mundo. Dois eventos de impacto gigante, acompanhados de muito sofrimento e orgulho, emoções que se misturam muitas vezes. Mudanças de curto e longo prazo. Muito destas mudanças não serão sentidas tão recentemente.

Tudo destruído em questão de meses.

Retrocesso é a palavra mais adequada pra substituir o progresso que se construiu. Não há outra. Se a desesperança se ocupa dos corpos e mentes, o pacote de maldades será o prego que faltava. 54 senadores contra 54 milhões de votos, diz alguém. E a relação é precisamente essa: do que é formada a relação entre governo e população? Qual a função da democracia? Se o voto não é um biombo para esconder a corrupção, a delação se tornou um instrumento de invalidação do sistema político. O poder perpassa não mais somente as suas funções básicas, mas se ocupa do todo, do espaço, do tempo, da opção, da escolha.

Não se respeitou a escolha.

É golpe, e é precisamente golpe porque o retrocesso se ocupou de tudo. Não é mais um governo interino, mas um governo do retrocesso, o controle das forças e do instrumento de poder mobilizado para desfazer o que se alcançou nestes anos todos. O governo que se estabelece sem o aval das urnas é o governo perfeito, que não precisa da legitimidade e representação para agir. É a ditadura, disfarçada de democracia. É produto nacional, organizado com tanta capacidade, tanta destreza. É possível ser racionalmente mal, o mais preparado dos bandidos. O mais perfeito dos processos, desancando todas as vozes que o contestam.

O que fazer, afinal?

Não há muita escolha. A dissociação entre o representado e a representação por aqui contaminou as relações políticas. A luta também não produz efeito, tampouco. O espaço da contestação, do debate, da luta, é previsto e pretendido dentro de uma democracia. O estado das coisas por aqui garantiu que este espaço exista, mas o seu efeito seja nulo. E assim é, intencionalmente. O silêncio tem o mesmo efeito que o berro.

Os partidos, fruto desta (anti)representatividade, respondem com as mesmas práticas que são criticadas permanentemente. Os juízes não julgam, e quando o fazem, salvam as próprias togas. As instituições parecem funcionar, mas já estão quebradas há muito tempo, desde antes deste golpe. Se funcionam, funcionam mal. As universidades, escolas, grêmios estudantis, parecem estáticos. 

O casaco de intelectual, que já foi sinônimo de autoridade, padece com a mesma sensação de desrepresentação. Hoje, o casaco é um manto de invisibilidade. Não é só Temer que se esconde. Nós também estamos nos escondendo, da função social e da combatividade que deveríamos ter. Se estivermos engajados, é preciso mais. Se não estivermos, é preciso engajar. Faltam eventos nas universidades, denunciando o golpe. Faltam greves, denunciando o desmonte da universidade pública. As escolas devem ser reocupadas, assim como os ministérios.

A universidade é o lugar primordial da política, em tempos onde a cidade não é mais. A escola também. Estes são os lugares da emancipação, do saber, da construção de conhecimento compartilhado. Deve-se lutar por suas soberanias, rechaçar os ataques das forças conservadoras. Inerente ao casaco do intelectual é a sua capacidade de intervir na realidade, reconstruir, desconstruir.

O saber é o motor do progresso. O casaco de intelectual, seu escudo. É o tecido que protege a sua existência. Silenciar, portanto, não é uma opção, mas uma escolha política por aderir às forças do regresso. Elas não deverão passar.

*Danillo Bragança é professor de Relações Internacionais da PUC Poços de Caldas e doutorando em Ciência Política na Universidade Federal Fluminense. 

Editado por: Redação
loader
BdF Newsletter
Escolha as listas que deseja assinar*
BdF Editorial: Resumo semanal de notícias com viés editorial.
Ponto: Análises do Instituto Front, toda sexta.
WHIB: Notícias do Brasil em inglês, com visão popular.
Li e concordo com os termos de uso e política de privacidade.

Veja mais

90 dias sem justiça

Três meses após PM matar senegalês Ngagne Mbaye, ambulantes vão às ruas de SP pelo fim da Operação Delegada

ENERGIA

Nova medida provisória tenta evitar alta na conta de luz após derrubada de vetos

MORADIA

Moradores da ocupação Porto Príncipe fecham avenida em SP contra ordem de despejo

FLUXO DAS ÁGUAS

No Recife, oficina gratuita de dança desafia participantes a verem o corpo como água; inscrições se encerram neste sábado (12)

IMPASSE

Após mobilização, Justiça suspende ordem de desocupação de sede sindical em Viamão (RS)

  • Quem Somos
  • Publicidade
  • Contato
  • Newsletters
  • Política de Privacidade
  • Política
  • Internacional
  • Direitos
  • Bem Viver
  • Socioambiental
  • Opinião
  • Bahia
  • Ceará
  • Distrito Federal
  • Minas Gerais
  • Paraíba
  • Paraná
  • Pernambuco
  • Rio de Janeiro
  • Rio Grande do Sul

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.

Nenhum resultado
Ver todos os resultados
  • Apoie
  • TV BDF
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • Rádio Brasil De Fato
    • Radioagência
    • Podcasts
    • Seja Parceiro
    • Programação
  • Política
    • Eleições
  • Internacional
  • Direitos
    • Direitos Humanos
  • Bem Viver
    • Agroecologia
    • Cultura
  • Opinião
  • DOC BDF
  • Brasil
  • Cidades
  • Economia
  • Editorial
  • Educação
  • Entrevistas
  • Especial
  • Esportes
  • Geral
  • Saúde
  • Segurança Pública
  • Socioambiental
  • Transporte
  • Correspondentes
    • Sahel
    • EUA
    • Venezuela
  • English
    • Brazil
    • BRICS
    • Climate
    • Culture
    • Interviews
    • Opinion
    • Politics
    • Struggles

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.