MANIFESTAÇÃO

Grito dos Excluídos reúne 60 mil pessoas em Recife

A manifestação aconteceu em 26 estados e no Distrito Federal

Recife |
 Ao longo de toda a Marcha a palavra de ordem “Fora Temer” foi unânime e ressoou nas ruas da capital.
Ao longo de toda a Marcha a palavra de ordem “Fora Temer” foi unânime e ressoou nas ruas da capital. - PH

FORA TEMER.
Como tradicionalmente acontece no dia 7 de setembro, pastorais sociais, movimentos populares e centrais sindicais organizaram o Grito dos Excluídos em cidades de 26 estados e mais o Distrito Federal. Os organizadores estimam que cerca de 230 mil pessoas participaram das manifestações que denunciavam as ameaças às conquistas sociais anunciadas pelo governo do presidente não eleito Michel Temer.
Em Recife, o ato que se concentrou na Praça da Democracia, no Derby e se dirigiu à Praça do Diário, no centro da cidade, reuniu cerca de 60 mil pessoas. A Frente Brasil Popular e a Frente Povo Sem Medo também mobilizaram para o ato e denunciaram o golpe efetivado pelas forças políticas que apoiam Temer. Ao longo de toda a Marcha a palavra de ordem “Fora Temer” foi unânime e ressoou nas ruas da capital. Vários cartazes pediam eleições diretas para a presidência da República.
Temas como reforma da previdência e as propostas de flexibilização das leis trabalhistas também estão na pauta dos movimentos populares que participam do ato. As mudanças são vistas como perdas nos direitos dos trabalhadores. Milhares de pessoas participaram para questionar que tipo de independência o povo brasileiro vive, especialmente em tempo de golpe institucional. Esta edição do Grito trouxe como lema “Este sistema é insuportável: exclui, degrada e mata”.
Segundo Valmir Assis, do Movimento dos Trabalhadores Cristãos (MTC) e da organização do Grito dos Excluídos em Recife, foram cerca de 60 mil pessoas nas ruas, “vários movimentos populares e pastorais que estavam distantes da luta tem se reaproximado com o golpe”, afirma. Valmir também frisou o caráter de denúncia do golpe que o Grito assumiu esse ano. “No contexto local também foi importante estarmos nas ruas para fortalecer as candidaturas de esquerda e denunciar os golpistas, em especial o PSB de Geraldo Júlio”, conclui.
Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra que estavam ocupando a sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), em Recife, também participaram da manifestação. Para Gilberta Araújo, militante do MST que sempre participa do Grito, “é muito importante e gratificante participar desse ato, principalmente porque estamos nesse período de golpe. O 7 de setembro é uma data histórica para lutar pelos direitos do povo e mostrar para a sociedade que nós, trabalhadores, temos um projeto”, afirma.
Ao contrário de Gilberta, Ricardo Maciel, fotógrafo não participa comumente de manifestações mas sentiu a necessidade de se manifestar contra o golpe em curso no país, “Todas as ações que visam combater esse golpe à democracia são importantes e é preciso somar. Estar nas ruas é o que representa melhor a resistência nesse momento. É preciso defender os interesses populares e não aceitar que a burguesia, a direita, continue no comando. ”, conclui.
A assistente social baiana Heide de jesus estava em Recife participando do Congresso Brasileiro de Assistentes Sociais. O grito compôs a programação do evento. “Eu participei das outras edições do Grito dos Excluídos na Bahia. Foi muito bom poder participar aqui em Recife e também importante que o Congresso tenha pautado e indicado a participação dos congressistas no ato de hoje. Esse é um momento para tomar fôlego para resistir nessa conjuntura acirrada de perca de direitos. Bom para nos vermos e termos a dimensão de que somos muitos e resistentes. É um momento para tomar fôlego para continuarmos dizendo não ao governo golpista.”.

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