Práticas Antissindicais

Em Curitiba, URBS comete práticas antissindicais

Sindicato denunciou fraude nas licitações do transporte público, além de assédio moral e sexual dentro da empresa

Curitiba (PR) |
Apesar da comprovação de fraudes no processo de licitação do transporte pública na capital, os contratos se mantêm até hoje
Apesar da comprovação de fraudes no processo de licitação do transporte pública na capital, os contratos se mantêm até hoje - Cesar Brustolin/SMCS

Abertura de inquérito, corte de salário e de benefícios, além de ameaça de demissão são algumas das práticas antissindicais que estão sendo cometidas pela URBS, empresa que controla o sistema de transporte público da cidade de Curitiba. Os abusos são contra Valdir Aparecido Mestriner, atual presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Urbanização do Estado do Paraná (SINDIURBANO-PR), que representa empregados da URBS e da Secretaria Municipal de Trânsito de Curitiba (SETRAN), entre outras empresas.

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De acordo com o SINDIURBANO-PR, o dirigente está sendo responsabilizado por denúncias feitas pela entidade nos últimos anos, que incluem irregularidades existentes na licitação do transporte coletivo e casos de assédio moral e sexual dentro da URBS. Greves, paralisações e manifestações também têm sido incentivadas em defesa da categoria. 

A constatação de irregularidades no processo de licitação do transporte, por exemplo, deu base para a instituição de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara de Vereadores, que sugeriu, em 2013, anulação dos contratos. Ficaram comprovados fortes indícios de cartel: a família Gulin foi revelada como controladora de 68,7% das ações que envolvem o transporte coletivo da capital. Apesar disso, os acordos se mantêm até hoje.

Em relação à denúncia de assédio moral e sexual, o Ministério Público do Trabalho (MPT) obrigou a URBS a assinar, em setembro de 2016, um acordo junto à Justiça do Trabalho. O documento estabelece uma série de cumprimentos necessários por parte da empresa, como elaboração de um código de ética, garantia de mecanismo de denúncia para vitimas dentro da empresa, além de divulgação de uma campanha contra assédio moral e sexual, no custo de R$ 1 milhão. 

Em nota, o sindicato afirmou que tomará todas as medidas judiciais possíveis para responsabilizar a atual diretoria da URBS pela prática antissindical, por perseguição e assédio moral contra Mestriner, e também pelo ataque ao Acordo Coletivo de Trabalho e à Legislação.

“A diretoria da empresa tenta justificar a suspensão e abertura de inquérito colocando sob responsabilidade pessoal do presidente ações adotadas pelo SINDIURBANO-PR. Essas ações não foram adotadas de forma pessoal e sim enquanto presidente de uma entidade sindical que conta com uma direção eleita pela categoria e, como tal, deve trabalhar no sentido de defender os trabalhadores representados e as empresas públicas”, diz o texto. A retaliação pessoal ao presidente, na opinião do sindicato, é uma tentativa de atacar a organização dos trabalhadores. 

Edição: Camilla Hoshino

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