Empoderamento

Seleção feminina de futebol será comandada por uma mulher pela primeira vez

Emily Lima é ex-treinadora do São José (SP), primeiro clube brasileiro a se tornar campeão mundial de futebol feminino

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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Emily Lima, nova técnica da Seleção Feminina principal
Emily Lima, nova técnica da Seleção Feminina principal - Lucas Figueiredo/CBF

Nesta terça (1), a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) anunciou a saída do técnico Oswaldo Alvarez, o Vadão, da seleção brasileira feminina, que ocupava o cargo desde 2014. 

Ele está sendo substituído por Emily Lima, ex-treinadora do São José (SP), primeiro clube brasileiro a se tornar campeão mundial de futebol feminino.  Ela será a primeira mulher na história a assumir essa posição na seleção. A nova técnica será apresentada oficialmente no cargo em entrevista coletiva nesta quinta-feira (3), às 11h.

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Emily, que tinha passagens pelas seleções de base, era a mais cotada para assumir o cargo. Antes de Vadão, a seleção feminina já foi comandada por Zé Duarte, Renê Simões, Fernando Pires, Ademar Fonseca, Wilsinho Oliveira e Paulo Gonçalves.

Bastidores

A jornalista Lu Castro, colaboradora do Museu do Futebol para assuntos de futebol feminino, contou um pouco dos bastidores da construção deste nome em sua coluna no portal Vermelho.

Segundo ela, essa história começa antes dos Jogos Olímpicos do Rio, quando o grupo de pessoas reunidas pelo Comitê de Reformas da CBF para discutir e sugerir mudanças no futebol feminino brasileiro preparou um documento com alterações entendidas como necessárias na modalidade.

Lu fez parte do trabalho que tinha como ação prioritária a criação de um departamento de futebol feminino na entidade, preferencialmente comandado por uma mulher. Entretanto, após as Olimpíadas e o fim da participação da seleção feminina no torneio olímpico, o coordenador do futebol feminino na CBF, Marco Aurélio Cunha, disse a ela que Vadão e Fabricio Maia continuariam até o final do ano. Ela, então, pediu para sair do grupo, já que não comunga com a continuidade de um trabalho que ficou aquém do esperado.

Em seu texto, ela conta que um dos argumentos mais utilizados quando o assunto é “participação das mulheres nos postos de comando, comissão técnica e afins” era o “não há problema algum, desde que estudem, se especializem, se preparem”.

"Eu contra argumentava com um 'todos os homens técnicos de equipes estudaram, se especializaram e se prepararam como vocês dizem que as mulheres devem se preparar?'", relata a jornalista.

 

Edição: Juliana Gonçalves

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