Coluna

Chefetes da TV Globo constrangem trabalhadores e piso regional é derrubado

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Assembleia da categoria derrubou piso regional de R$ 2.432,72

Que lamentável, os jornalistas do município do Rio de Janeiro abriram mão do piso regional, aprovado em todo Estado no valor de R$ 2.432,72 e em votação na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (ALERJ).

Em duas assembleias da categoria, realizadas no início desta semana, os jornalistas que atuam em Rádio e TV aprovaram, por 175 votos a 32, a proposta patronal para as convenções coletivas de 2015 e 2016, o que significa deixar de fora a questão da lei estadual aprovada pela ALERJ no ano passado.

Nas duas assembleias os chefetes da TV Globo compareceram em peso e constrangeram os jornalistas. Na primeira assembleia, realizada de manhã no Colégio Divina Providência, no bairro carioca do Jardim Botânico, próximo da TV Globo, a votação seria secreta, mas os chefetes globais conseguiram reverter para voto aberto. Jogada global para constranger os jornalistas e evitar a aceitação do piso regional.

A segunda assembleia, na sede do Sindicato, à noite, praticamente já não tinha mais condições numéricas de alterar o resultado da manhã e, mesmo assim, outros chefetes da Globo estavam presentes ditando a regra patronal.

É preciso lembrar também que o piso regional, garantido por lei, de março de 2015, foi fortemente combatida pelo patronato midiático, que entrou com recurso na Justiça e anunciou que só fecharia acordo coletivo se os jornalistas abrissem mão dessa conquista da categoria. As empresas perderam, por unanimidade, no Tribunal Regional do Trabalho e no Tribunal de Justiça.

Aí ocorreu a vergonha da vergonha com os chefetes a mando do patronato global para evitar que os jornalistas aprovassem a dignidade salarial.

É importante que a população seja informada sobre esse fato lamentável que dá bem a ideia de como age o esquema global. Ou seja, não realiza apenas o jornalismo do gênero pensamento único, mas exige que seus funcionários aceitem decisões que são contra eles mesmos. Ou isso, ou rua. E no jornalismo vale também a mesma regra. 

Nos tempos atuais, a presença de chefetes globais é na verdade um jogo de carta marcada de fiscais do patronato. Não seria o caso de anular as assembleias, já que houve o constrangimento que influiu no resultado?

O que tem a dizer a diretoria do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro?

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