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Opinião

O silenciamento do MST na reportagem do Fantástico

Dos sete entrevistados, dois (rostos ocultados) são identificados como do MST e denunciam atos

08.nov.2016 às 18h37
Atualizado em 01.fev.2020 às 18h37
Brasil de Fato
Maurini Souza
Polícia civil invadiu a Escola Nacional Florestan Fernandes na sexta (4)

Polícia civil invadiu a Escola Nacional Florestan Fernandes na sexta (4) - Polícia civil invadiu a Escola Nacional Florestan Fernandes na sexta (4)

Neste domingo (6), o programa Fantástico, da Rede Globo, veiculou uma matéria de seis minutos e catorze segundos sobre o que os apresentadores chamaram de “uma operação policial em um acampamento do MST” no Paraná que encontrou “uma organização” que “funcionava como um estado paralelo”. A reportagem se inicia informando que “por trás da bandeira do MST uma quadrilha atuava no interior do Paraná” e segue com algumas entrevistas e informações sobre as atuações das polícias militares de São Paulo e Mato Grosso do Sul, que também realizaram operações, em seus estados, buscando os 14 suspeitos.

O que chama atenção na abordagem são, porém, as escolhas da edição da notícia, que repetem tendências da emissora ao tratar do assunto. Por exemplo, quando um artigo científico publicado na revista da Unicamp (http://revistas.iel.unicamp.) analisa três anos de matérias sobre o MST veiculadas pelo Jornal Hoje, observa que “a relação com as fontes, aliás, é um exemplo do silêncio que pode ser observado nesta análise: quase na totalidade, o trabalhador rural sem terra não é fonte das informações; a quebra desse paradigma se dá quando, como exemplifica a reportagem acima, esse trabalhador é fonte de denúncia ao Movimento”.

As fontes da reportagem do Fantástico repetem essa tendência: dos sete entrevistados, dois (rostos ocultados) são identificados como do MST e denunciam atos de estelionato e abuso de poder. O terceiro (também de rosto ocultado) é apresentado como alguém que “abandonou o movimento” por se decepcionar com as “regras impostas”. Nessas declarações, a reportagem não esclarece se as denúncias ou reclamações são contra os suspeitos ou contra o Movimento Social. O quarto entrevistado é um fazendeiro (gravado com imagem desfocada, na contraluz, não identificável), que teve sua fazenda ocupada há sete meses e lamenta o “prejuízo de mais de cinco milhões de reais”.

Nenhum dos nomes dos entrevistados é apresentado, assim como nenhuma forma de reconhecimento; se por um lado, esse aspecto remete ao direito jornalístico das preservações de fontes (utilizado normalmente em matérias de âmbito policial, para preservar a segurança do entrevistado), por outro, é preciso confiar plenamente no produtor da reportagem para dar crédito às informações – protestos recentes a posturas adotadas pela Rede Globo colocam em xeque essa credibilidade.

Os outros três entrevistados são uma delegada, falando das investigações, um delegado, falando sobre a associação entre as polícias do Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul na busca aos suspeitos não encontrados, e o secretário de Segurança Pública do Paraná, que, pela primeira vez, já no final da matéria, esclarece que as denúncias não são contra o MST e nem contra procedimentos do Movimento, mas contra um grupo contra o qual houve denúncias.

Contrariamente a essa declaração, porém, nenhum acampado do MST foi entrevistado, para ratificar ou negar as informações, e as únicas imagens em que se pode identificar alguém são as que mostram as pessoas sendo presas – entrando em carro de polícia ou sendo conduzidas, algemadas, por policiais. Essas imagens apontam para questões relativas à formação de identidade de um grupo social: se o grupo nunca é visto e, quando visto, remete a cenas de violência, a identidade desse grupo, para o restante da população, é de grupo integralmente violento.

Essa formação, apresentada pelas imagens, se sobrepõe ao único momento em que parte da versão do MST é trazida à tela: duas frases de uma carta de duas páginas são destacadas – a primeira, declarando que o Movimento não é criminoso e, a segunda, chamando de “injustificáveis” as ações da Polícia Militar de São Paulo na escola Florestan Fernandes.

Nesse ponto, abre-se para outra característica da reportagem a se destacar: segundo estudos sobre análise de discurso, os silêncios significam. O teor das informações silenciadas pela matéria da Rede Globo preserva um padrão, que pode ser entendido como elemento de tendenciosidade do texto e manipulação de informações.

Dentre outros exemplos, essa característica é evidente em três momentos:

1) Durante grande parte da reportagem, observa-se a escolha em apresentar denúncias contra “alguns líderes” sem as devidas discriminações; essa falta de informação específica amplia a declaração de criminoso a qualquer “integrante” do Movimento.

2) Quando informa que a polícia militar do Mato Grosso do Sul procurava um dos líderes do acampamento do Paraná, a reportagem silencia que, também naquele estado, a polícia invadiu uma escola, sem mandato policial;

3) Quando fala sobre a “operação na escola Florestan Fernandes”, a reportagem informa que “houve tumulto”, mostrando balas de revólveres usadas na operação, sugerindo troca de tiros. Silencia, assim, que os tiros foram dados exclusivamente pelos policiais, o que justificaria o “tumulto”. Também silencia quanto aos dois detidos no local, sem especificar se eles faziam ou não parte do quadro inicial de suspeitos – novamente ampliando a gama de criminalização.

Os silêncios sistematicamente apontam para uma direção de proteção aos atos, mesmo ilegais, de uma operação policial, ao mesmo tempo em que inserem, na desinformação, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra em um âmbito criminoso.

A isso se diz criminalização do movimento social por parte da mídia.

*Maurini Souza, jornalista e professora da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR).

Editado por: Redação
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