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Início Entrevista

COLÔMBIA

“A paz se conquista somente quando há a garantia de direitos para ter uma vida digna”

Jovem analisa o contexto social atual de seu país e das semelhanças com outros lugares

09.nov.2016 às 15h48
Belo Horizonte
Rafaella Dotta
“O extermínio da juventude acontece em quase todos os países do América Latina”

“O extermínio da juventude acontece em quase todos os países do América Latina” - “O extermínio da juventude acontece em quase todos os países do América Latina”

A Colômbia passa por um dos momentos mais delicados da política do país. Depois da população rejeitar um plebiscito sobre o acordo de paz entre movimentos guerrilheiros e governo, paira no ar o receio da retomada do conflito armado, no qual mais de 200 mil pessoas já morreram.

Júlian Reyes, integrante da organização Congreso de los Pueblos conta como sobrevive a juventude colombiana e quais as semelhanças com os jovens de toda a América Latina, perpassados por outros tipos de problemas, como a crise econômica e o golpe político no Brasil. Realista sem ser pessimista, Júlian é taxativo em sua avaliação de que “ser jovem significa força”, e que neste caso significa também “luta”.

Brasil de Fato MG: Qual a situação do acordo de paz entre o Estado e as guerrilhas?

Julian Reyes: As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) e o Estado começaram os diálogos com a ideia fundamental, por parte do Estado colombiano, de desmobilizar a insurgência e manter o monopólio das armas. No entanto, é necessário entender alguns pontos.

As FARC surgiram nos anos 1960 e é uma guerrilha que começa como autodefesa camponesa, e ao longo do tempo foi criando uma ideologia socialista. As FARC são uma insurgência da Colômbia, mas existem outras duas mais: o Exército de Libertação Nacional (ELN) e o Exército Popular de Libertação (EPL).

O Exército de Libertação Nacional (ELN) é uma guerrilha que surgiu também em 1960, instalando focos insurreccionais. Sua composição era de estudantes vindos das universidades, mas logo somaram-se os camponeses e o movimento sindical, com uma relação direta com as reivindicações do povo. Com esse grupo, não há uma agenda concreta de diálogo, porque o governo colombiano, que é da elite, não quer ceder em algumas exigências da insurreição. O ELN argumenta que para haver diálogo com o governo tem que haver uma participação ampla do movimento popular.

A outra insurgência é o Exército Popular de Libertação (EPL), que surgiu também nos anos 1960, mas que na década 1990 e 2000 teve uma grave fragmentação em suas fileiras. De um lado ficaram os que mantêm a ideologia do trabalho popular e a defesa com as armas de seus ideais. De outro, aqueles que se vinculam com grupos paramilitares, tendo aí uma desvirtuação da reivindicação política, pois apoiam de maneira direta o narcotráfico.

A força que o governo e o Estado usavam para repelir as FARC, que era uma força repartida para repelir também o ELN e o EPL, atualmente está concentrada somente em repelir o ELN. Há um ataque midiático para deslegitimar as insurgências, deslegitimando suas lutas e os acusando de narcotraficantes ou terroristas, desvinculando todas as suas reivindicações políticas e do seu direito à rebelião, previsto na constituição da Colômbia e em documentos internacionais de direitos humanos que o estado colombiano é signatário.

O que defendem os movimentos populares da Colômbia hoje?

Entendemos que é preciso avançar no processo de paz, nos processos de diálogo com o governo. Mas é preciso abrir espaços para que a sociedade diga o que entende pela ideia de paz. Para nós, a paz se conquista somente quando há a garantia de direitos para uma vida digna. A garantia de direitos inclui um país soberano, que se autodetermine, que tenha soberania alimentar, soberania minerária e energética, que não tenha a “estrangeirização” da terra.

Como está a situação da juventude na Colômbia hoje?

A população jovem da Colômbia, neste momento, é composta pelos filhos dos conflitos no país. Nos últimos anos nasceram pessoas que obrigatoriamente tiveram que conviver com o conflito. Em todas as famílias colombianas ou há um militar, ou um policial, ou um guerrilheiro, ou há uma liderança popular. A juventude que nasceu nas décadas de 1990 e 2000 sofre as pressões e resultados de mais de 50 anos de conflito. Um dos efeitos é a violência econômica, pois faltam oportunidades de trabalho. É uma juventude que tem vinculação direta com a guerra, sobretudo as camadas mais baixas. Segundo as estatísticas do Estado, são as classes populares que têm sido o corpo da guerra durante esses últimos anos.

Como a juventude colombiana se organiza?

Os jovens estão se organizando em coletivos de base, em grupos locais, regionais e nacionais, em movimentos nos quais participam camponeses, estudantes, trabalhadores de bairro, de fábrica e secundaristas. Um dos nossos argumentos é que ser jovem é ser um potencial. Ser jovem significa força. Um potencial que pode ser aproveitado pela direita, para reproduzir o sistema. Ou que pode ser aproveitado pelas forças que querem transformar a sociedade, para manter os processos revolucionários.

É possível enxergar características semelhantes nos jovens da América Latina?

Durante o processo de articulação da juventude em luta, fizemos um diagnóstico de quais são os problemas da juventude. Vimos que temos um problema comum na América Latina: o extermínio da juventude. Na Colômbia isso envolve os conflitos armados internos que têm colocado milhares e milhares de jovens abaixo de balas. Mas também há uma juventude que tem sido perdida por causa das drogas e na proposta de consumo capitalista. No Brasil, no Rio de Janeiro, assassinam 9 jovens diariamente, que são negros, da periferia, da favela, homossexuais. Na Argentina está acontecendo o mesmo com o “gatilho fácil”, que é uma estratégia do Estado para eliminar os jovens. Na América Central, parece haver uma inclinação maior à eliminação das mulheres. Elas são tratadas como mercadorias, com a possibilidade de venda de seus corpos, de venda de mão de obra barata.

De que forma a crise atinge a juventude latino-americana?

Os jovens sofrem diretamente com toda a crise que está vivendo o capital, através, por exemplo, da restrição de direitos trabalhistas. Os jovens que estão nas fábricas terão mais horas de jornada, menos salários, menos saúde, piores condições em geral. E a maior parte não tem acesso à educação superior, o que significa maior submissão ao emprego que usa mão de obra barata, que se pode comprar a qualquer valor. É isso que as multinacionais estão fazendo na Colômbia, Equador, Bolívia e México, principalmente.

Como os jovens conseguirão sair deste estado de coisas?

Me parece que, com a crise que vive o mundo, a solução é somente o levantamento popular. Os acordos com os Estados e com as instituições de poder já não são mais suficientes. Estamos em um novo momento histórico e devemos entendê-lo como um momento para nos organizarmos. Compartilhamos os mesmos problemas e  temos que compartilhar as soluções também, e isso só se fará com luta. 

Editado por: Redação
Tags: Colômbiajuventudepaz
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