Religião

Umbandistas criticam eleição de Marcelo Crivella no Rio de Janeiro

"Política não pode ser usada para intereses de segmento religioso”, disse religioso durante o Dia Nacional da Umbanda

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Encontro com 300 religiosos celebrou o Dia Nacional da Umbanda
Encontro com 300 religiosos celebrou o Dia Nacional da Umbanda - Publius Vergilius

O Movimento Umbanda do Amanhã (MUDA) se posicionou contra o prefeito eleito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (PRB) durante as celebrações do Dia Nacional da Umbanda nesta terça-feira (15). A sessão de resistência contou com mais de 300 umbandistas de diversos terreiros contra a intolerância religiosa.

Segundo o presidente do MUDA, Marco Xavier, um dos líderes da religião no país, é preciso estar atento ao projeto teocrático de poder. "A eleição do bispo licenciado desta igreja, Marcello Crivella, para a prefeitura do Rio é um fato que causa medo nos religiosos de matriz africana. Nós somos demonizados todos os dias pela igreja dele”, disse.

Considerada a única religião genuinamente brasileira, a Umbanda recebeu na última semana, o título de patrimônio cultural do Rio, por meio de um decreto assinado pelo prefeito Eduardo Paes. O decreto possibilitará que o Instituto Rio Patrimônio da Humanidade realize um mapeamento dos templos religiosos da Umbanda.

Para Marco Xavier, o decreto é “um gás na comemoração pelo dia da Umbanda, diante da eleição do Crivella”, comenta. Xavier, que é sacerdote da Tenda Espírita Caboclo Flecheiro (TECAF), criticou ainda o uso de concessões públicas por emissoras evangélicas.

“A TV Record utiliza sua grade de programação para manipular a fé alheia. O programa ‘Fala que eu te escuto’ faz um discurso intolerante. O estado é laico, não podemos permitir isso. Não vamos no calar. A política não pode ser usada para um segmento religioso defender seus interesses particulares”, completou.

*com informações do MUDA.

Edição: Simone Freire

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