Uberlândia

Estudantes de medicina e psicologia fazem estágio de vivência em acampamento do MST

Atividade faz parte do programa VER-SUS que visa preparar profissionais para atuação no Sistema Único de Saúde

Uberlândia |
Estudantes passaram nove dias no acampamento Primeiro de Mai
Estudantes passaram nove dias no acampamento Primeiro de Mai - Reprodução

Foi realizado em Uberlândia (MG), entre os dias 12 e 20 de novembro, o “Vivências e Estágios na Realidade do Sistema Único de Saúde” (VER-SUS). O projeto é nacional e foi criado em 2002 pelo ministério da Saúde, em parceria com a Rede Unida, com o objetivo de formar profissionais para trabalharem SUS.
Nessa edição, a comissão organizadora local optou por começar a vivência desde o alojamento. Pelos nove dias do evento, cerca de 15 estudantes de medicina e psicologia ficaram hospedados no Acampamento Primeiro de Maio, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Sofia Alves, estudante de medicina da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e membro da comissão organizadora, afirma que, durante o evento, as pessoas do movimento participaram dos espaços de formação e das discussões. “Vieram também professores da universidade que nos ajudaram com os debates”, conta.
As atividades desenvolvidas possibilitaram que estudantes pudessem trocar experiências com os trabalhadores rurais e conhecer a realidade de quem vive no acampamento. “A gente participou dos trabalhos diários do acampados e fizemos debates sobre temas importantes da atualidade, como os ataques sofridos pelo SUS e o impacto da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 55 na saúde pública”, descreve Sofia.
"Foi uma experiência enriquecedora, não só para a nossa formação profissional, mas como cidadão e como ator político”, avaliou Ian Victor Gonçalves, estudante de medicina na Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM) que participou do VER-SUS.

Perpectivas
Sofia espera que o projeto contribua para que os participantes se tornem profissionais que defendam o SUS e o direito do povo brasileiro em ter saúde para além da medicalização. “Saúde não é só assistência do hospital, mas passa pela prevenção e pelo fortalecimento da atenção básica”, diz.
“Esperamos também que os estudantes se somem na comissão organizadora e pensem outro VER-SUS para Uberlândia, para continuarmos discutindo como vamos resistir a todos esses retrocessos do governo atual”, conclui Sofia.

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