Cultura

Mosaico Cultural | Há 59 anos, falecia o artista Diego Rivera, precursor do muralismo

Movimento artístico continua vivo no México e em outros países da América Latina

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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Fragmento do mural "Baño de Tehuantepec" ou "Baño en el Río", de Diego Rivera
Fragmento do mural "Baño de Tehuantepec" ou "Baño en el Río", de Diego Rivera - Reprodução

No dia 24 de novembro de 1957, há exatos 59 anos, falecia o artista mexicano Diego Rivera, aos 71 anos. Rivera se definia como comunista e foi um dos principais integrantes do movimento muralista mexicano. Ele foi uma das principais influências de sua companheira, a também artista plástica Frida Kahlo. 

Em janeiro de 1922, ele começou a pintar seu primeiro mural, chamado La Creación. O tema central era a formação do povo mexicano. A figura central é um homem que nasce da árvore da vida.

Confira o programa Mosaico Cultural, da Radioagência Brasil de Fato (para baixar o arquivo, clique na seta à esquerda do botão compartilhar):

Diego Rivera expressou compromisso com suas origens através de retratos panorâmicos da história mexicana e de sua vida diária, desde o início da cultura Maia até a Revolução mexicana. Considerava a arte como qualquer outro trabalho.

“O artista é um humilde operário, e sua humildade lhe dá a mesma grandeza essencial que a do camponês, do floricultor, do horticultor, do químico, do médico. O artista é um operário essencial no organismo social”.

O Muralismo mexicano é um movimento artístico de caráter indigenista, que surge após a Revolução Mexicana de 1910. Um de seus principais objetivos é socializar a arte. O movimento também rejeita a pintura tradicional de cavalete, assim como qualquer obra procedente de círculos intelectuais.

Junto a Rivera, José Clemente Orozco e David Alfaro Siqueiros foram considerados os “três grandes” deste movimento.

O Muralismo fez arte popular, pública, nacionalista e anti-imperialista. Por isso, é considerado um dos principais movimentos contemporâneos, que deu sentido social à arte e às transformações tanto políticas quanto artísticas. Mesmo assim, não foi isento de críticas.

Em 1933, o magnata Nelson Rockefeller contratou Rivera para pintar um mural no Rockefeller Center, em Nova Iorque. A obra denominada "O Homem na Encruzilhada de Caminhos" ou o "Homem Controlador do Universo" não havia sido terminada, e o jornal New York World Telegram chamou o mural de “propaganda anticapitalista”.

Após isso, Rivera incluiu a figura de Vladmir Lenin no mural. Rockefeller considerou isso um insulto, e mandou destruí-lo. Diego voltou ao México e pintou uma réplica da mesma obra no Palácio das Belas Artes, na capital mexicana.

Ainda que o ano de 1955 seja considerado o fim do período do movimento muralista tanto no México como em muitos países da América Latina, a arte promovida pelos muralistas continua existindo até os dias de hoje.

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Mosaico Cultural é uma produção da Radioagência Brasil de Fato

Locução: Juliana Gonçalves

Produção: Mauro Ramos

Sonoplastia: Jorge Meyer

 

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