CRISE DIPLOMÁTICA

Venezuela é suspensa do Mercosul

A informação foi confirmada pelo ministro das Relações Exteriores, José Serra

Rio de Janeiro (RJ) |
Em junho desse ano José Serra havia prometido apoio ao líder da oposição venezuelana, Henrique Capriles
Em junho desse ano José Serra havia prometido apoio ao líder da oposição venezuelana, Henrique Capriles - Divulgação

O governo Temer se envolve em mais uma crise, dessa vez cria um problema diplomática com a Venezuela, um dos principais sócios comerciais do Brasil. A confirma de a Venezuela tinha sido suspensa do Mercosul veio nessa sexta-feira (2), em declarações do ministro das Relações Exteriores, José Serra. Ele disse que o país tinha sido advertido quanto a essa possibilidade. “Já tinha sido anunciado [que a Venezuela seria suspensa do bloco econômico] se não cumprisse certos requisitos, e foi”, ressaltou o ministro, que evitou comentar ou dar detalhes sobre o assunto.

A decisão sobre a Venezuela está relacionada ao vencimento do último prazo acordado em setembro para que Caracas cumprisse as exigências feitas para a adesão desse país ao Mercosul.

Os chanceleres dos países fundadores bloco – Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai – elaboraram um comunicado no qual explicam que a Venezuela não cumpriu seus acordos. As informações são da Rádio França Internacional.

VENEZUELA DENUNCIA GOLPE NO MERCOSUL

A chanceler venezuelana Delcy Rodríguez denunciou que a Venezuela está sofrendo um golpe dentro do organismo. “Pretendem dar um golpe de Estado dentro do Mercosul. Se essa suspensão se concretizar o estarão colocando o Mercosul na ilegalidade. Nós nos mantemos dentro da legalidade do sistema, portanto a Venezuela não foi notificada”, disse a ministra de relações exteriores da Venezuela nessa sexta (2).   

A marginalização da Venezuela se desenhava desde que os demais sócios bloquearam, em julho passado, o acesso do país à presidência semestral do Mercosul. Em setembro, os quatro países fundadores decidiram ocupar o posto de forma colegiada e intimaram o governo do presidente Nicolás Maduro a adotar até 1º de dezembro todos os compromissos de adesão. Entre eles, a livre circulação de mercadorias entre os países do Mercosul e a cláusula democrática.

Na última terça-feira (29), a Venezuela tinha declarado disposta a aderir a um dos acordos comerciais pendentes - aquele relacionado às tarifas comuns e à livre circulação de bens. "Finalizadas as revisões técnicas, a Venezuela se encontra em condições de aderir ao Acordo de Complementação Econômica", afirmou a ministra das Relações Exteriores, Delcy Rodríguez, em uma carta dirigida aos governos da Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai.

 

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