Coluna

Impunidade da PM estimula ainda maior violência contra quem protesta

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Contingentes da Polícia Militar invadiram uma Igreja localizada ao lado da Alerj
Contingentes da Polícia Militar invadiram uma Igreja localizada ao lado da Alerj - Divulgação
A PM procura de todas as formas impedir os justos protestos

O Rio de Janeiro foi palco nesta última terça-feira (7) de violência policial das mais graves, que chegou ao ponto de contingentes da Polícia Militar (PM) invadirem uma Igreja localizada ao lado da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) para reprimir manifestantes que protestavam contra o governo Pezão (PMDB) que quer obrigar os servidores a pagarem a conta da incompetência e gatunagem que originou a situação trágica que está atrasando salário ou dividindo-o em sete parcelas.

O comando da PM pediu desculpas depois do protesto da Arquidiocese do Rio de Janeiro. Mas um pedido de desculpas é muito pouco para o lamentável acontecimento no centro do Rio de Janeiro. É preciso apontar e punir os responsáveis por tamanha arbitrariedade em que a PM invadiu a igreja apesar do protesto dos religiosos que lá se encontravam e tentaram impedir a invasão.

E ainda por cima tiveram deputados, entre os quais o presidente da Alerj, Jorge Picciani, como não poderia deixar de ser, do PMDB, que elogiaram a atuação repressora da PM. Foi uma prova concreta de como parlamentares, que teoricamente são representantes do povo, agem. Estes devem ser excluídos pelo povo do cargo de deputado numa próxima consulta popular. Mas, se aqui vigorasse uma cláusula permitindo manifestação popular contra quem age, como agiu Piciani, neste e em outros casos, o parlamentar poderia perder o mandato.

Não é de hoje que a PM fluminense tem agido de forma violenta contra manifestantes. É lamentável a impunidade que campeia na área de segurança do Estado do Rio de Janeiro. E a impunidade na corporação que obedece ordens do Governador Pezão acaba gerando mais violência, o que é inadmissível.

Gatunagem e arbitrariedade

O Rio de Janeiro sob o governo de Pezão e do anterior governador Sérgio Cabral (PMDB), hoje preso acusado de gatunagem, revive os tempos da ditadura de 1964 em que as chamadas “forças da ordem” agiam com extrema violência e os responsáveis recebiam até promoções por suas ações.

O Estado do Rio de Janeiro e o Brasil atravessam um momento de extrema gravidade. No Estado do Rio sob a administração de Cabral e continuado por Pezão, imperou e segue imperando a chamada gatunagem explícita. Várias empresas conseguiram obter isenções fiscais, boa parte, inclusive joalherias, por serviços pessoais prestados a administradores, conforme as denúncias que estão sendo apuradas e a cada dia se confirmam.

Como se não bastasse, o governador atual apresenta fórmulas para enfrentar a crise financeira em que os servidores terão de pagar a conta. A única forma de enfrentar essa situação é os servidores protestarem nas ruas.

A PM, obedecendo ordens superiores vindas do governo estadual, procura de todas as formas impedir os justos protestos. O governo federal, hoje ocupado pelo golpista Michel Temer (PMDB) e seus seguidores que também querem que a conta da irresponsabilidade seja paga pelos pobres, oferece ajuda da Força Nacional ao governo do Estado para reprimir ainda mais. Os usurpadores do poder que se encontram em Brasília oferecem esses préstimos sem o menor constrangimento.

Não é preciso nenhuma bola de cristal para concluir que o Brasil não tem condições de continuar aguentando tamanho negativo estado de coisas. Se não se promover a mudança do modelo econômico colocado em prática pelo governo usurpador e golpista de favorecimento do chamado mercado, o país enfrentará uma situação de caos total. É uma questão de mais dia menos dia.

Foto reveladora

Em tempo: a festa de fim de ano promovida pela revista Isto É foi realmente sintomática. O juiz Sergio Moro e o presidente do PSDB, Aécio Neves foram flagrados em uma foto cochichando e na maior alegria, como acontece entre velhos amigos.

E a Isto é considerou o golpista Temer como o “brasileiro do ano”. Será por quê? Pode ter sido um agradecimento pelo aumento das verbas publicitárias do governo federal para a mídia conservadora?

Uma pergunta que não quer calar: quando o povo brasileiro verá políticos do PSDB sendo apresentados como investigados ou mesmo réus pela Operação Lava Jato? Ou será que isso não acontecerá? Se isso acontecer ficará ainda mais claro o flagrante na festa da Isto É.

Uma forma de retribuição

A TV Globo entrou de sola na defesa da reforma da Previdência enviada para a Câmara dos Deputados pelo governo golpista. A cobertura do acontecimento não passou de mais uma tentativa de fazer com que a opinião pública aceite de bom grado algo que vai contra os interesses da maioria do povo brasileiro.

Em suma, mais uma vergonha jornalística protagonizada pela Rede Globo. Não é à toa que o governo federal aumentou substancialmente as verbas publicitárias para a emissora e demais veículos da mídia comercial.

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