Crise

Governo da Venezuela anuncia nova moeda para combater inflação

Notas de 100 bolívares têm sido utilizadas por máfias para impressão de dólares falsos sobre o papel moeda

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Uma operação especial da Força Armada Nacional Bolivariana (FANB) reteve 104 milhões de bolívares e deteve pelo menos 117 pessoas
Uma operação especial da Força Armada Nacional Bolivariana (FANB) reteve 104 milhões de bolívares e deteve pelo menos 117 pessoas - Telesur

Uma nova moeda começou a circular na Venezuela a partir desta quinta-feira (15), após anúncio do presidente Nicolás Maduro ao Banco Central Venezuelano (BCV). Ele estabeleceu a ação como uma das medidas tomadas para combater as máfias que atuam na fronteira do país com a Colômbia, traficando mercadorias e imprimindo dólar falso sobre a cédula de 100 bolívares, nota de valor mais alto do país.  

Em discurso oficial realizado neste domingo (11), Maduro denunciou um desvio de mais de 300 bilhões de bolívares, que hoje estão em poder das máfias internacionais, como parte do que ele considera um “golpe econômico”. Dessa forma, um plano econômico foi pensado para frear o grande aumento no valor do dólar norte-americano no mercado paralelo venezuelano.

Operação especial

Segundo o ministro da Defesa da Venezuela, Vladimir Padrino López, uma operação especial da Força Armada Nacional Bolivariana (FANB) reteve 104 milhões de bolívares e deteve pelo menos 117 pessoas envolvidas nos esquemas das máfias na noite de segunda-feira (12).

Uma das medidas tomadas por Maduro nesta semana foi a retirada de circulação das notas de 100 bolívares, que representavam 48% do dinheiro em espécie na economia local.

A nota de 100 bolívares era a mais utilizada nas transações, devido a inflação que desvalorizou em 59% a moeda venezuelana somente no último mês, aumentando ainda mais a crise econômica no país e impossibilitando o pagamento com dinheiro vivo em comércios.

“Em Cúcuta e Maicao [cidades colombianas na fronteira com a Venezuela] funciona um centro permanente de ataque ao sistema financeiro. Existem depósitos inteiros de notas de 100 [bolívares] em Cartagena e Bucaramanga”, afirmou o presidente venezuelano em seu programa de televisão “Em Contato com Maduro”. Ele também acusou uma empresa ligada ao Departamento do Tesouro dos Estados Unidos (EUA) de estar por trás da operação.

Depois da publicação da medida de retirada da nota de 100 bolívares, os venezuelanos tiveram 72 horas para depositar as cédulas nos caixas dos bancos públicos, enquanto a nota de maior valor ficou sendo a de 50 bolívares. A partir de ontem, no entanto, o novo sistema monetário começou a entrar em circulação progressivamente, sendo que agora a nota de menor valor será a de 500 bolívares, e a de maior valor, a de 20 mil, equivalente a US$ 5 (R$ 17).

Outra medida tomada por Maduro foi o fechamento da fronteira venezuelana com a Colômbia e com o Brasil por 72 horas, que teve início a partir desta terça-feira (13), também com o objetivo de combater as máfias que contrabandeiam a moeda nacional.

O Itamaraty foi informado em nota verbal do Ministério das Relações Exteriores da Venezuela sobre o fechamento da fronteira com o Brasil, que fica entre Santa Elena de Uairén e a cidade de Pacaraima, no nordeste de Roraima.

* Com informações da Telesur

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