História

MST é homenageado com medalha honrosa por luta pela reforma agrária no Pará

Massacre de Eldorado de Carajás também foi lembrando na sessão solene

Brasil de Fato | Belém (PA) |
Homenagem é concedida à organizações não governamentais e personalidades que tenham se destacado na promoção dos direitos humanos
Homenagem é concedida à organizações não governamentais e personalidades que tenham se destacado na promoção dos direitos humanos - Reprodução

Em reconhecimento pela luta na defesa da reforma agrária no Pará, o Movimento do Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST-PA) recebeu a Medalha de Direitos Humanos “Paulo Frota”, durante sessão solene realizada nesta quinta-feira (15), na Assembleia Legislativa do Estado do Pará (Alepa). 

O movimento tem 25 anos de atuação no estado e mais de 20 mil famílias vivem em assentamentos ou comunidades autônomas conquistas pelo MST. A homenagem foi concedida às categorias de organizações não governamentais e personalidades que tenham se destacado por ações, condutas e atividades de promoção ou defesa dos Direitos Humanos no estado.

Lutas

Ulisses Manaças, coordenador do MST na região, representou o movimento na entrega da medalha. Em sua fala, ele lembrou o episódio conhecido como Massacre de Eldorado de Carajás que deixou 21 mortos e 69 feridos, após uma ação da Polícia Militar (PM) para liberar o tráfego na Curva do S, trecho da rodovia PA-275, no sul do Pará, que havia sido ocupada por integrantes do movimento. Em 2016, os assassinatos completaram 20 anos.

“O latifúndio sempre foi uma instituição muito forte no Pará e domina vários poderes: prefeitura, poder judiciário, Câmara de Vereadores, executivo; então sempre nos combateram. Nesse combate tem todas as formas, tanto a criminalização através da difamação, da perseguição, até mesmo a violência física e seletiva da militância”, disse Manaças.

Conquistas

O coordenador ainda relata que as perdas dos militantes assassinatos deixaram marcas profundas na luta pela terra. Mesmo recordando o momento, ele acredita que serão os filhos da reforma agrária que contribuirão para a transformação de um país melhor.

“Os nossos filhos, as nossas crianças que estão em baixo de lona preta, aprenderão a decifrar as leis e farão essas leis mudarem para que o povo seja feliz, para que tenham acesso à participação, à casa, à comida, ao trabalho, à reforma agrária, enfim, as grandes reformas que o Brasil precisa passar para ser uma nação efetivamente desenvolvida”, declara.

O coordenador ainda mencionou o grave momento em que o país vive e os duros golpes que vem sofrendo contra a democracia e aos direitos dos brasileiros, mas destacou que são nos momentos de profundas contradições que homens e mulheres seguem atuando e alcançam suas conquistas.

Entre os exemplos de sucesso da atuação no MST na região, Manaças cita o assentamento Palmares, localizado às margens da Floresta Nacional de Carajás, em Parauapebas, onde vivem cerca de três mil famílias com três escolas construídas e coordenadas pelo movimento. 

Edição: Simone Freire.

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