Legislativo

Movimento Cultural das Periferias ocupa presidência da Câmara dos Vereadores de SP

Ação ocorreu após votação que ampliou salários de parlamentares na cidade

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Parlamentares aumentaram o próprio salário em 26%
Parlamentares aumentaram o próprio salário em 26% - WikiCommons

Integrantes do Movimento Cultural das Periferias ocuparam a sala da presidência da Câmara dos Vereadores de São Paulo. A ação ocorreu na noite desta terça-feira (20), após os parlamentares aprovarem o aumento de seus próprios salários.

Cerca de dez pessoas ingressaram no gabinete da presidência da Casa. Elas protestavam contra a não inclusão no orçamento da proposta de que parte da verba destinada à promoção de ações culturais fosse especificamente vinculada a atividades em bairros periféricos.

O salário dos vereadores passará de R$ 15.031,76 para R$ 18.991,68, variação de cerca de 26%. O último reajuste desse tipo aconteceu em dezembro de 2012. O Índice Nacional de Preços do Consumidor Amplo (IPCA), um dos indicadores da inflação, teve acúmulo de 33,63%.

Crítica

“Desde o início das audiências relativas ao orçamento, o Movimento Cultural das Periferias tem pautado 0,33% dos recursos destinados à cultura para programas na periferia. A gente sempre ouviu que tinha que reduzir gastos”, aponta Jesus dos Santos, integrante da organização.

Santos vinculou a questão do orçamento para a cultura com a ampliação dos salários dos vereadores: “De forma absurda, a Câmara aprovou um aumento de 26% no salário dos vereadores. Fica a pergunta: se para ações socioculturais na periferia não tem dinheiro, tem para aumento de vereador? Por isso ocupamos a presidência da Câmara: queremos que se revogue essa votação”.

O presidente da Câmara, Antonio Donato, recebeu os manifestantes em sua sala. “O salário de vereador só pode ser reajustado uma vez por legislatura, em uma legislatura anterior. Atualmente, está há quatro anos sem reajuste. Se não for reajustado agora, ficará oito anos sem modificação”, disse aos integrantes do Movimento Cultural das Periferias.

Após a reunião com Donato, a sala da presidência foi desocupada.

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