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Crise

Esperando por Trump: a decadência da globalização

A crise financeira de 2008, e que se acelerou em 2014, aponta para uma queda do comércio internacional

04.jan.2017 às 14h45
Updated On 01.fev.2020 às 18h37
La Plata
Jorge Beinstein
"Contudo, a decadência de Ocidente não implica que o capitalismo do estado russo e chinês sejam as novas referências do mundo"

"Contudo, a decadência de Ocidente não implica que o capitalismo do estado russo e chinês sejam as novas referências do mundo" - "Contudo, a decadência de Ocidente não implica que o capitalismo do estado russo e chinês sejam as novas referências do mundo"

A partir da vitória de Donald Trump, os meios de comunicação hegemônicos têm lançado uma avalanche de referências ao “protecionismo econômico” do futuro governo imperial e, em consequência, ao possível início de uma era de "desglobalização".

Na verdade, a chegada de Trump não será a causa de essa desglobalização anunciada, mas o resultado de um processo que deu seu primeiro passo com a crise financeira de 2008 e que se acelerou em 2014, quando o império ingressou num percurso de decadência irresistível.

Desde o ponto de vista do comércio internacional, a desglobalização vem se desenvolvendo há aproximadamente cinco anos. Segundo os dados do Banco Mundial, as exportações representavam cerca de 12,2% do Produto Bruto Global (PBG) na década de 1960. Na década seguinte, passaram a 15,8% e, nos anos 1980, a 18,7%. Mas, nos finais dessa década, o processo se acelerou e, em 2008, alcançou seu nível máximo, quando chegou as exportações representavam 30,8% do PBG.

A crise desse ano marcou o teto do fenômeno, a partir do qual começou o descenso suave que se acentuou em 2014-2015 (1). A propaganda sobre a internacionalização das economias como um processo em crescimento, condenadas a exportar porções crescentes da sua produção foi desmentida pela realidade a partir de 2008. Agora, a globalização comercial começa a se reverter. 

Mas as duas décadas de globalização acelerada foram principalmente um movimento de financeirização, de hegemonia total de parasitismo financeiro sobre o conjunto da economia mundial. Seu centro motor se encontrava em EUA, que estendia suas forças sobre o conjunto de Ocidente e o seu sócio oriental, Japão.

Os chamados “produtos financeiros derivados”, negócios especulativos altamente voláteis que são o verdadeiro coração do sistema, chegavam em 1999 a uns US$ 80 bilhões, aproximadamente duas vezes a média o Produto Bruto Mundial. Esse volume cresceu vertiginosamente e, em 2008, pouco antes do desastre financeiro, alcançava os US$ 683 bilhões, quase 12 vezes o Produto Bruto Mundial desse ano. Mas, ali encontrou o seu teto histórico, crescendo moderadamente em termos nominais. Já em 2013, chegou a US$ 710 bilhões (9,3 vezes o Produto Bruto Mundial desse ano), começando o descenso.

Em dezembro de 2015, já tinha caído a US$ 490 bilhões (6,6 vezes o Produto Bruto Mundial daquele ano). A oligarquia financeira tem ingressado no declínio do que acentuou seu canibalismo interno e a suas tendências depredadoras, não só na periferia, mas também no centro do sistema.

A esses processos econômicos, adiciona-se uma profunda crise geopolítica. O expansionismo político-militar do império foi detido no seu principal território de operações: Ásia.

Os dois rivais estratégicos de Ocidente, China e Rússia, fortaleceram sua aliança e foram arrastando seus cenários a grandes, médios e pequenos estados da região, desde a Índia até o Irã, passando pelas nações de Ásia Central.

Os recentes movimentos de Turquia e Filipinas, se afastando da influencia norte-americana e se aproximando ao espaço chino-russo marcam desde o Mar Mediterrâneo e desde o Oceano Pacifico, nos dois extremo geográficos de Eurásia, o declive da dominação periférica do imperialismo ocidental. O fracasso dos Estados Unidos na Síria sinalizam o princípio do fim de de sua onipotência militar.

Contudo, a decadência de Ocidente não implica que o capitalismo do estado russo e chinês sejam a nova referência do mundo: a crise está chegando a China, seu crescimento se vai desacelerando, e a Rússia se encontra em recessão. Ambas as potências estão sendo afetadas pelo declínio dos mercados ocidentais e de Japão, seus principais clientes. Então, tratam de compensar essas perdas ampliando os seus negócios e acordos políticos na periferia, especialmente na Ásia.

Pode ser que o projeto chinês mais ambicioso seja o da “Nova Via da Seda”, gigantesca massa de investimentos em infraestrutura e sistemas de transporte terrestre e aquático distribuídas na Ásia, apontando à integração comercial dos espaços euro-asiáticos, que chegaria aos US$ 890 bilhões, segundo o Financial Time (2). Essa cifra poderia ser comparada ao Plano Marshall, que, a valores atuais, representaria perto de US$ 130 bilhões. China estaria empurrando em direção a essa zona de investimentos equivalente a mais de seis planos Marshall.

O problema é que todas essas economias que a China procura integrar estão sendo golpeadas pela crise. A queda dos preços das matérias primeiras deprime o conjunto da periferia, como a Rússia, o Irã, as repúblicas centro-asiáticas… Enquanto isso, a Europa declina.

A crise é global, obedece à dinâmica do capitalismo como sistema planetário e à sua degeneração parasitária, que degrada tanto os países centrais como os periféricos, emergentes ou não.

Agora, América Latina é a vítima dessas mudanças.

Em seu retiro para o histórico quintal imperial dos Estados Unidos, que vem impondo uma estratégia flexível e abrangente da reconquista e saqueio que em poucos anos e conseguiu deslocar (à direita) os governos de Honduras, Paraguai, Brasil e Argentina, encurralando Venezuela e botando de joelhos a cúpula da insurgência colombiana. No entanto, a reconquista ocorre no contexto de crise econômica, social-institucional, cultural e geopolítica do Ocidente, que conduz ao pântano para os regimes lacaios do continente.

As vitórias de direita no Paraguai, na Argentina e no Brasil anunciam profunda crise de governança, onde o seu "governo", na verdade, bandas de saqueadores, suas ações geram grande destruição do tecido económico e, inevitavelmente, o aumento dos protestos sociais enormes e crescentes. Em outras palavras, a corrente ofensiva da direita não é o começo da conversão colonial da região, o estabelecimento de uma nova ordem elitista, mas uma fase de desordem, revoltas populares que ameaçam às elites dominantes.

Enquanto isso, a desglobalização continua. As elites dominantes do planeta, que procuram desesperadamente preservar as suas posições, acentuam suas disputas internas e começam a produzir salvações pragmáticas de todos os tipos.

É assim que entrou um personagem grotesco como Donald Trump, que combina a xenofobia, a concentração de renda, a reindustrialização e a recomposição do sistema geopolítico global. O emergente neo-fascismo europeu já está instalado na América Latina. Trata-se de tentativas ilusórias de recompor o sistema decadente, enquanto avança o saque com dinâmicas parasitárias já vistas ao longo da história humana, acelerando o declínio do império.

—————————————–

(1) World Bank, “World development Indicators”, 17-11-2016

(2) James Kynge, “How the Silk Road plans will be financed”, Financial Times, Mai 9, 2016.

——–

* Jorge Benstein é doutor em historia. Atualmente é professor emérito da Universidad Nacional de La Plata (Argentina) e diretor do Centro Internacional de Información Estratégica y Prospectiva dessa universidade.

Tradução: María Julia Giménez 

Editado por: Redação
Tags: donald trump
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