Saúde

Estado de ex-primeira dama Marisa Letícia é grave, porém estável

A esposa do Lula foi submetida a um procedimento de arteriografia cerebral para estancar a hemorragia no cérebro

Brasil de Fato | São Paulo |
Segundo Kalil Filho, a ex-primeira dama já tinha um aneurisma, uma veia cerebral com malformação, diagnosticada há dez anos.
Segundo Kalil Filho, a ex-primeira dama já tinha um aneurisma, uma veia cerebral com malformação, diagnosticada há dez anos. - Reprodução

O estado de saúde da ex-primeira-dama Marisa Letícia Lula da Silva, de 66 anos, permanece grave. Ela sofreu um Acidente Cerebral Vascular (AVC) nesta terça-feira (24) e está internada no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo (SP).

No fim da tarde desta terça, a esposa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi submetida a um procedimento de arteriografia cerebral para estancar a hemorragia no cérebro. O médico da família, o cardiologista Roberto Kalil Filho, afirmou à imprensa que o quadro é delicado, mas seu estado de saúde está estável. Ela está em sedação induzida e ainda não tem previsão de alta.

Segundo Kalil Filho, a ex-primeira dama já tinha um aneurisma, uma veia cerebral com malformação, diagnosticada há dez anos.

Na manhã desta terça, Lula participou de um evento com metalúrgicos em São Bernardo do Campo e, após saber do AVC da esposa, foi para o hospital. Ele pronunciou sobre a internação no Twitter e disse que estava "torcendo muito para que ela se recupere logo".

Lava Jato

Junto ao ex-presidente Lula, Dona Marisa tem sido alvo constante dos membros da força tarefa da Operação Lava Jato. Ela é ré em duas ações penais e responde pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Os advogados da ex-primeira dama afirmam que as ações são um "delírio acusatório" e uma perseguição de caráter partidário, cujo objetivo seria minar uma eventual candidatura de Lula à reeleição em 2018. Na semana passada, um renomado grupo de doze deputados do Partido Democrata estadunidense classificou as ações do juiz Sérgio Moro como “tendenciosas e injustificadas”, tendo comprometido “gravemente os direitos legais de Lula”.

Na primeira ação, Marisa é acusada de corrupção passiva e lavagem de dinheiro por uma reforma feita pela construtora OAS em um tríplex no Guarujá, litoral de São Paulo, que ainda não foi comprovado que pertence à família. Já o segundo processo investiga se a empreiteira Odebrecht teria financiado o casal na compra de um terreno para a construção do Instituto Lula e na aquisição do apartamento onde residem em São Bernardo do Campo (SP).

No andamento da Operação Lava Jato, a ex-primeira dama viu áudios e conversas triviais de sua família sendo expostas em vazamentos autorizados pelo juiz Sérgio Moro. Em março de 2016, a Polícia Federal grampeou, por exemplo, uma ligação entre ela e o filho Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, demonstrando chateação com os panelaços contra o Partido dos Trabalhadores (PT) na cidade.

Vida

Filha de Antônio João Casa e Regina Rocco, Dona Marisa nasceu em uma família de imigrantes italianos. Conheceu Lula em 1973, quando sua família já residia em São Bernardo do Campo.

Ela começou na vida política militando no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, onde Lula foi eleito presidente em 1975, um ano após se casarem. Ela foi responsável por costurar e cortar a primeira bandeira do PT, feita à mão em casa.

Em 1980, quando Lula e diversos sindicalistas estavam presos nas grandes greves do período, ela liderou uma passeata de mulheres em protesto contra a criminalização dos sindicalistas. Mesmo com Lula preso na época, as reuniões eram realizadas ilegalmente em sua casa.

Em 1º de janeiro de 2003, Marisa Letícia tornou-se primeira-dama e foi considerada discreta no posto. Dona Marisa é mãe de quatro filhos — Marcos Cláudio, do primeiro casamento, e Fábio Luís, Sandro Luís e Luís Cláudio, com Lula — e avó de dois netos.

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