Não violência

Hoje na História | Mahatma Gandhi é assassinado

Após décadas pregando a não violência, Gandhi é assassinado a tiros em 1948

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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Estátua de Gandhi na Praça Tavistock, em Londres
Estátua de Gandhi na Praça Tavistock, em Londres - worldoflard/Flickr

O "pai da nação indiana" é assassinado em 30 de janeiro de 1948 em Nova Delhi com três tiros desferidos pelo extremista indu Nathuram Godse, em uma oração pública. Godse reprovava em Gandhi o fato de ser muito tolerante com os indianos muçulmanos.

Durante décadas, Mohandas Karamchand Gandhi, conhecido como Mahatma Gandhi, tinha professado a não-violência radical, a “ahimsa” e a resistência passiva contra o ocupante britânico. Gandhi tinha escolhido se fazer ouvir pelo jejum político até obter a satisfação de suas reivindicações.

Gandhi foi uma grande influência em outros líderes que lutaram contra o racismo e o colonialismo como Nelson Mandela e Martin Luther King. Em uma entrevista em 1957, Luther King fala sobre essa influência:

“Eu já tinha ouvido falar de Gandhi. Mas eu me lembro de ter ouvido uma mensagem do presidente da Universidade de Howard, o Dr. Mordecai Johnson, que acabara de voltar da Índia. Ele falou sobre sua viagem à Índia, sobre a filosofia de Gandhi, e a resistência pacífica não violenta. Eu fiquei tão profundamente comovido com a mensagem que quando fui embora comprei vários livros sobre Gandhi e suas táticas. Eu fui profundamente influenciado por Gandhi, sem perceber que iria viver em uma situação onde ele me seria significativo e útil”.

Gandhi teve, em 1888, a oportunidade de estudar direito na Inglaterra. Em 1891, retornou a Índia, e em 1893 aceitou um contrato para trabalhar na África do Sul.

Lá se submeteu às leis racistas sul-africanas que restringiam os direitos dos trabalhadores indianos. Em 1906, Gandhi organizou a primeira campanha da satiagraha, ou seja, desobediência civil em massa. Após sete anos de protestos, negociou um acordo com o governo sul-africano.

Em 1914, Gandhi regressou à Índia, iniciando uma vida de abstinência e espiritualidade, apartado da política. Defendeu o Reino Unido na Primeira Guerra Mundial, mas, em 1919, lançou uma nova satiagraha em protesto contra a conscrição militar obrigatória de indianos. Milhares atenderam ao seu chamamento e em 1920 já era o líder do movimento de independência.

Organizou o Congresso Nacional Indiano como uma força política, deslanchando um boicote maciço aos produtos, serviços e instituições britânicas.

Com a eclosão da Segunda Guerra Mundial, Gandhi lançou o movimento "Quit India" (Retirem-se da Índia) em 1942, que clamava pela retirada total dos britânicos. Gandhi e outros líderes nacionalistas ficaram presos até 1944.

Com a chegada de novo governo em Londres em 1945, as negociações recomeçaram. Gandhi queria uma Índia unificada, mas a Liga Muçulmana, cuja influência havia crescido durante a Guerra, discordou. Após extensas tratativas, Londres concordou em criar, em 15 de agosto de 1947, dois novos Estados independentes: a Índia e o Paquistão. Pouco demorou para que a violência explodisse entre hindus e muçulmanos.

Foi no curso desses conflitos que ocorreu o assassinato de Gandhi, dois milhões de indianos assistiram aos seus funerais.

Hoje na História, uma produção Brasil de Fato e Opera Mundi

Locução: Mayara Paixão

Produção: Mauro Ramos

Sonoplastia: Adilson Oliveira

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