Presidência

Posse de Edegar Pretto na Assembleia Legislativa do RS toma ares de vitória eleitoral

A posse de Edegar representou um respiro em meio a um cenário de derrotas políticas e de uma ofensiva conservadora.

Brasil de Fato | Porto Alegre (RS) |
Edegar lembrou a memória de seu pai, Adão Pretto, primeiro agricultor sem-terra a assumir um mandato.
Edegar lembrou a memória de seu pai, Adão Pretto, primeiro agricultor sem-terra a assumir um mandato. - Guilherme Santos/Sul21

A posse do novo presidente da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul (ALRS), deputado estadual Edgar Pretto (PT), tomou ares de uma vitória eleitoral na tarde desta terça-feira (1). Movimentos populares lotaram a Praça da Matriz na capital Porto Alegre e praticamente todas as galerias do legislativo.

O plenário do parlamento gaúcho estava lotado por representantes de movimentos do campo, sindicatos e comunidades Eclesiais de Base. Além de prolongados aplausos ao novo presidente da ALRS e a figuras como o ex-governador Olívio Dutra (PT), também não faltaram vaias ao governador José Ivo Sartori (PMDB) e ao prefeito da capital Nelson Marchezan Júnior (PSDB). Também participaram do ato, entre outras lideranças, o ex-governador Tarso Genro e o ex-ministro Miguel Rossetto.​

No lado externo da Assembleia um grande telão mostrava, ao vivo, a posse a centenas de trabalhadores rurais que assistiam ao evento em um ambiente festivo. Ao lado do telão, o conjunto “Os cantadores do Povo”, com gaitas e violões animava a festa, só parando para ouvir o discurso de Edegar.

O novo presidente lembrou ainda a memória de seu pai, Adão Pretto, um dos quatro integrantes da primeira bancada do PT no Parlamento Gaúcho e primeiro agricultor sem-terra a assumir um mandato, cujo lema continua até hoje: “Um pé na luta e outro no parlamento”, com um logotipo formado por uma enxada e uma caneta cruzada.

Na ante sala do Plenário, cerca de 15 rádios do interior do Estado transmitiam ao vivo a posse. No plenário, no espaço reservado à imprensa, dezenas de jornalistas de pequenos jornais acompanhavam a solenidade num clima de festa.

Em meio a um cenário de derrotas eleitorais e políticas, e de uma ofensiva conservadora no estado e no País, a posse de Edegar Pretto representou um momento de respiro, de possibilidade de alguns recomeços e da urgência de lutas em defesa de direitos que estão eclodindo no país.

Para a Iyà Vera Soares, do Fórum Nacional de Segurança Alimentar dos Povos de Matriz Africana, o novo presidente terá uma missão difícil pela frente. A crise política e os retrocessos sociais, na sua avaliação, exigirão do novo presidente um olhar para as minorias e muita luta contra as desigualdades que se aprofundam.

“Atravessamos um momento em que é preciso reconstruir e apostar no povo. Precisamos de mais oportunidades, mais respeito e menos medo. Acredito que o Edegar, pelo legado que o acompanha, terá plenas condições de fazer conosco essa travessia”, apontou.

O mesmo sentimento foi expresso pelas vereadoras Marilene Bonafé (PT) e Sirlei Rapkievicz (PT) e pela ex-vereadora Amaura Dal Acqua, todas do município de Casca. “Vai ser uma gestão popular, com abertura e diálogo”, disse Marilene.

Bandeiras do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, Central Única dos Trabalhadores (CUT), Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB), da Marcha Mundial de Mulheres e dos sindicatos de servidores públicos, expuseram as lutas e compromissos que integram a trajetória política e pessoal do petista, lembrada a todo o momento pelos manifestantes.

“Esperamos que o Edegar tenha atitude condizente com seu viés popular e que coloque em prática o legado de seu pai, Adão Pretto”, afirmou o estudante Filipe Veiga, que viajou mais de seis horas para acompanhar a posse.

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