CRIMINALIZAÇÃO

Procuradoria pede prisão de diretores de sindicato em Florianópolis

Servidores estão em greve contra o pacote de medidas do prefeito recém eleito Gean Loureiro (PMDB)

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Protestos são frequentes nas ruas da capital catarinense
Protestos são frequentes nas ruas da capital catarinense - Leo Munhoz/Agencia RBS

Os servidores públicos de Florianópolis entram, nesta quinta-feira (9), no vigésimo quarto dia de greve. Em meio aos protestos que se intensificam nas ruas da cidade, o procurador-geral do município, Diogo Nicolau Pítsica, pediu a prisão dos diretores do Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público Municipal de Florianópolis (Sintrasem), bem como a destituição de sua diretoria.

A alegação da procuradoria para a ação é de descumprimento da decisão judicial que determinava o retorno dos trabalhadores a seus postos. Por decisão da desembargadora do Tribunal de Justiça, Vera Copetti, no dia 31 de janeiro, a greve dos servidores públicos foi determinada ilegal. Os servidores ficaram obrigados a voltar imediatamente ao trabalho sob a pena de R$30 mil ao dia para o Sindicato caso a decisão não fosse cumprida e a greve continuasse. O salário dos servidores também começou a ser descontado.

"A ameaça de prisão é mais uma estratégia de desmobilização", explica Elisângela Pereira, diretora do Sintrasem. 

Greve

Paralisados desde o dia 16, trabalhadores e trabalhadoras da capital catarinense protestam contra o pacote de medidas implementado pelo prefeito Gean Loureiro (PMDB) e exigem a revogação das recentes leis aprovadas na Câmara de Vereadores. As medidas foram pleiteadas por Loureiro sob a justificativa de "amenizar a crise nos cofres públicos".

“O prefeito quer discutir um novo plano e não temos acordo. O plano que construímos foi aguardado por mais de 26 anos, amplamente discutido e acordado em data base para implementação em 4 anos”, afirma Elisângela Pereira.

Segundo a diretora do Sintrasem, a luta "é pela revogação da lei que retira direito dos servidores e em defesa do serviço público”.

Em nota, o Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público explicam que "em menos de um mês no cargo da prefeitura, Gean Loureiro descumpriu com tudo que havia dito que faria. Redigiu e fez passar de forma arbitrária na Câmara de Vereadores quase 40 projetos de lei com ataques à população da capital catarinense".

Entre as medidas mais polêmicas implementadas pelo atual prefeito está a revogação do Plano de Cargos, Carreira e Salários (PCCS) do funcionalismo público aprovado em 2014, depois de 24 anos de espera da categoria. O projeto de lei foi aprovado no dia 24, em sessão tumultuada entre os vereadores.

Edição: José Eduardo Bernardes

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