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Fachin autoriza inquérito contra Renan, Sarney e Jucá por obstrução da Lava Jato

Passaram-se oito meses desde que o grampo de Machado revelou o esquema planejado entre os caciques do PMDB

São Paulo |
Renan soma um total de 12 inquéritos e uma ação penal na Suprema Corte; Jucá acumula oito inquéritos no STF
Renan soma um total de 12 inquéritos e uma ação penal na Suprema Corte; Jucá acumula oito inquéritos no STF - Divulgação

Em uma das suas primeiras medidas como relator da Operação Lava Jato, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, autorizou o inquérito para investigar os senadores Renan Calheiros (PMDB-AL), Romero Jucá (PMDB-RR), o ex-senador José Sarney (PMDB-AL) e o ex-diretor da Transpetro Sérgio Machado.

A investigação é a que trata de obstrução da Operação Lava Jato, e da qual o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, a caracterizou como "solução Michel", uma vez que os integrantes do partido planejavam a queda da presidente Dilma Rousseff e a entrada de Michel Temer.

Passaram-se oito meses desde que o grampo de Machado, liberado em maio do último ano, revelou o esquema planejado entre os caciques do PMDB e da cúpula do governo Temer para construir um "grande acordo nacional" com Temer e impedir o avanço da Operação Lava Jato. 

Integravam o grupo cinco nomes também do PSDB: Aécio Neves (MG), José Serra, Tasso Jereissati, Aloysio Nunes (SP), Cássio Cunha Lima (PB) e Ricardo Ferraço (ES). Ainda foram mencionados nas tratativas de se aliar ao esquema planejado pelo PMDB Agripino (DEM-RN) e Fernando Bezerra (PSB-PE).

Apesar de arrolar como miras apenas os três peemedebistas que tiveram suas conversas gravadas pelo ex-presidente da Transpetro e entregues à Procuradoria-Geral da República, o caso deverá comprovar as tratativas do PMDB e PSDB para a derrubada da ex-presidente Dilma Rousseff, como a saída encontrada pela então oposição para se proteger da Lava Jato.

Os conteúdos dos áudios mostram com clareza a intenção. Além dos vazamentos já de conhecimento público do ano passado, outros disponibilizados somente agora com o pedido de inquérito de Janot ao Supremo revelam a extensão do esquema, diretamente com os políticos tucanos Aécio, Serra, Jereissati, Aloysio, Cássio Cunha e Ferraço.

Fachin recebeu a solicitação de abertura de inquérito de Janot nesta terça-feira (07). Nesta quinta (09), liberou a Procuradoria e a equipe de investigadores a darem sequência às apurações. Foi o primeiro inquérito autorizado pelo novo relator da Lava Jato no Supremo.

A partir de agora, o senador Renan Calheiros soma um total de 12 inquéritos e uma ação penal na Suprema Corte, sendo destes 9 apenas da Operação Lava Jato. Jucá acumula oito inquéritos no STF, com 3 da Lava Jato. E Sérgio Machado é investigado em dois da Operação. É a primeira apuração contra Sarney no Supremo pela Lava Jato.

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