Soberania

Empresas chinesas são fortes candidatas na compra da usina de Belo Monte

A terceira maior usina do mundo tem valor patrimonial estimado em R$ 10 bilhões

Brasil de Fato | Belém (PA) |
A previsão é que a usina seja concluída em 2019
A previsão é que a usina seja concluída em 2019 - Ricardo Joffily/Ascom DPU. Liberada para Agência Brasil

Empresas chinesas estariam de olho na usina hidrelétrica de Belo Monte, a terceira maior do mundo, que ainda em construção no Rio Xingu, no município de Altamira (PA), mas já está parcialmente à venda. A informação foi publicada pelo Estadão nesta terça (14).

Embora não esteja oficializada a venda, as empresas chinesas State Grid e China Three Gorges (CTG) são fortes candidatas na compra, caso o consórcio Norte Energia, responsável pela construção da hidrelétrica e coordenação, decida de fato vender a usina. 

Segundo o jornal, as empresas que compõem o controle da Norte Energia já contrataram o Bradesco BBI para sondar potenciais investidores no Brasil e no exterior. 

O que está à venda é a parte das empresas Neoenergia, Cemig, Light, Vale, Sinobras, J. Malucelli e dos fundos de pensão Petros (Petrobrás) e Funcef (Caixa). A soma da participação das empresas na Norte Energia é de 50,02%.

O valor patrimonial de Belo Monte é estimado em R$ 10 bilhões. A previsão é que, em 2019, a usina esteja em funcionamento e, quando concluída, a hidrelétrica de 11.233 megawatts (MW) de energia, terá consumido mais de R$ 31 bilhões, inicialmente o projeto começou orçado em R$ 18 bilhões.

Disputa

Desde que chegou no Brasil, em 2013, a CTG investiu mais de R$ 15 bilhões. Nos últimos três anos, a empresa comprou as hidrelétricas de Salto (Paraná), Garibaldi (Goiás), Jupiá e Ilha Solteira (as duas últimas localizadas no rio Paraná), além de metade dos projetos de construção das usinas de Santo Antônio do Jari e de Cachoeira Caldeirão. A empresa adquiriu também um terço da Hidrelétrica de São Manoel.

Em nota, a assessoria de comunicação da CTG afirmou que “não comenta rumores de mercado”.

A empresa State Grid também está interessada no setor elétrico. No Brasil desde 2011, comprou 51% da participação no consórcio de Belo Monte por R$ 5 bilhões. A chinesa é responsável pela construção da segunda linha de transmissão da usina.

Por telefone, a State Grid informou que “não tem nada a declarar sobre o assunto”.

O Brasil de Fato procurou a empresa Norte Energia para se pronunciar sobre o assunto, mas até o fechamento da matéria não houve retorno da empresa.

Edição: Camila Rodrigues da Silva