Minas Gerais

Eleições

2018 é mais uma partida, não a final do campeonato

Se as eleições fossem hoje, Lula teria 30,5% dos votos no primeiro turno

Belo Horizonte (MG) |
Muitos sonham com a volta dos anos em que um operário governou
Muitos sonham com a volta dos anos em que um operário governou - Reprodução - Facebook

No último dia 15 foram divulgados os resultados de mais uma pesquisa sobre as eleições presidenciais de 2018, de autoria da CNT/MDA. Novamente, Lula é o preferido da maioria do eleitorado brasileiro.

Se as eleições fossem hoje, Lula teria 30,5% dos votos no primeiro turno, seguido por Marina Silva (11,8%), Jair Bolsonaro (11,3%) e Aécio Neves (10,1%). Já em um cenário em que o candidato do PSDB fosse Geraldo Alckmin, Lula venceria com 31,8% dos votos. No segundo turno, o ex-presidente vence em todos os cenários (39,7% x 27,5% contra Aécio e 38,9% x 27,4% contra Marina).

Os dilemas enfrentados hoje pela sociedade brasileira parecem se resumir na corrida presidencial de 2018, que ganha contornos de final de campeonato.

É consenso que o país perdeu o rumo e que as crises econômica, social, política e ambiental não se resolvem. Sobre o que fazer frente a isso é que não há consenso algum. A sociedade está cada vez mais dividida, com setores apontando caminhos diversos. Após Temer concluir seu desastroso e ilegítimo governo e implementar todo seu pacote de maldades contra o povo brasileiro, eis os cenários que se desenham:

a) Assume um novo governo de continuidade do atual que, com a benção das urnas, siga com o programa neoliberal. A dificuldade está no nome da cabeça de chapa. Os mais fortes concorrentes (Aécio e Alckmin) cada vez mais se confundem ao mar de lama que ajudaram a tornar a política brasileira, e não ganham a confiança do eleitorado e da elite.

b) Com inveja dos EUA, parte dos eleitores flerta com o fascismo e, tal como Trump lá, aposta em Bolsonaro aqui. O discurso de ódio foi alimentado ano após ano e agora parece tomar corpo em um deputado medíocre, com ideias e práticas medíocres, mas que sabe usar da desilusão e do pior lado das pessoas para se construir. Caso Bolsonaro seja um exagero, a aposta pode ser em alguma outra “novidade”, como os Dórias e Crivellas das últimas eleições municipais, ou os Collors do passado.

c) Volta Lula. A memória dos anos em que ele governou, com crescimento econômico, distribuição de renda e avanços sociais importantes parece crescer na cabeça dos brasileiros. Muitos sonham com a volta daqueles anos em que um operário governou. O limite dessa possibilidade está na estratégia dos setores golpistas de impedir que Lula seja candidato. Prendê-lo e inviabilizar sua candidatura, ou, em última instância, concretizar o golpe em curso e impedir as eleições de 2018.

Os cenários ainda são confusos. Mas a grande tarefa colocada para o povo brasileiro está em perceber que 18 não é a final do campeonato. É uma partida importantíssima, decisiva, mas o jogo não acaba ali. Se a tendência observada na última pesquisa se concretizar e Lula voltar à presidência, será preciso que os demais operários percebam que as mudanças não virão das mãos de um só. As reais transformações que o Brasil merece e precisa só virão no dia em que todo o povo aceite a missão histórica de tomar a faixa presidencial para si.

Edição: Joana Tavares