Direitos Civis

Malcolm X é assassinado no Harlem em 1965

O ativista é considerado um dos maiores e mais influentes afro-americanos na história

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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Mural na Filadélfia, no estado da Pensilvânia em homenagem a Malcom X
Mural na Filadélfia, no estado da Pensilvânia em homenagem a Malcom X - Bob Jagendorf/Flickr

Malcolm X, líder religioso e nacionalista afro-americano, foi assassinado no dia 21 de fevereiro de 1965, no bairro nova-iorquino do Harlem pela entidade rival Muçulmanos Negros, em inglês Black Muslims, quando discursava para sua organização, a Unidade Afro-americana.

Malcolm Little nasceu em Omaha, no estado do Nebraska, em 1925. Era filho de James Earl Little, um pregador batista que defendia os ideais nacionalistas dos negros de Marcus Garvey. Ameaças vindas da organização racista Ku Klux Klan obrigaram a família a se mudar para o estado de Michigan.

Em 1931, o pai de Malcolm foi brutalmente assassinado por uma entidade que defendia a supremacia branca. As autoridades de Michigan se recusaram a processar os responsáveis.

Com uma infância e adolescência conturbadas, Malcolm abandonou a escola e mudou-se para Boston, onde se envolveu cada vez mais com atividades delituosas. Aos 21 anos, foi preso, acusado de roubo. Na prisão, se deparou com os ensinamentos de Elijah Muhammad, o líder da Nação do Islã, cujos membros eram conhecidos como Muçulmanos Negros.

A Nação do Islã defendia o nacionalismo negro e o separatismo racial, e condenava os estadunidenses descendentes de europeus como “demônios imorais”. Nessa época, Malcolm trocou seu sobrenome por um simples “X” para simbolizar o roubo de sua identidade africana.

Seis anos depois, Malcolm foi libertado e se tornou ministro da Nação do Islã no Harlem. Ao contrário de líderes dos direitos civis, como Martin Luther King, ele defendia a autodefesa e a libertação dos afro-americanos “por todos os meios necessários”, como afirmava em seus discursos:

“Vamos realizar a completa independência das pessoas descendentes de africanos aqui no Ocidente e, em primeiro lugar, nos Estados Unidos. E vamos realizar a libertação desse povo por qualquer meio necessário.”

No começo dos anos 1960, passou a elaborar uma filosofia distinta a de Muhammad, que, alguns anos depois e com a crescente admiração da comunidade negra pelo novo líder, passou a considerar Malcolm muito poderoso e o suspendeu da Nação do Islã. Alguns meses mais tarde, Malcolm deixou a organização.

Voltou aos Estados Unidos como El-Hajj Malik El-Shabazz e, em junho de 1964, fundou a Organização da Unidade Afro-americana, que defendia a identidade negra. Ele sustentou que o racismo, e não a raça branca, era o maior inimigo dos negros norte-americanos.

O novo movimento de Malcolm ganhou continuamente seguidores e sua filosofia tornou-se cada vez mais influente no movimento pelos direitos civis. Em 21 de fevereiro de 65, uma semana após sua casa ter sido atingida por uma bomba incendiária, Malcolm X foi alvejado mortalmente por membros da Nação do Islã, enquanto discursava.

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Hoje na História é uma produção da Radioagência Brasil de Fato e do Opera Mundi

Locução: Rafael Tatemoto

Locução de Sonora: José Bruno Lima

Produção: Vivian Fernandes

Sonoplastia: Jorge Mayer

Edição: Vivian Fernandes