Feminismo

500 mulheres discutem reforma da Previdência em Belo Horizonte

Atividade faz parte da programação do Dia Internacional de Luta das Mulheres

Belo Horizonte |
Na quarta (8), um ato acontecerá às 17h na capital mineira
Na quarta (8), um ato acontecerá às 17h na capital mineira - Frente Brasil Popular

Contra a reforma da Previdência, cerca de 500 mulheres iniciaram, na terça (7) em Belo Horizonte, as atividades que marcam o Dia Internacional de Luta das Mulheres. Com a participação de cerca de 50 organizações e movimentos populares de todo o estado, a programação contou com palestras e rodas de conversa sobre o tema, com ênfase de como a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 287, que prevê a mudança das regras na previdência, afeta especificamente as mulheres.

“A proposta de igualar a idade mínima para aposentadoria representa um aumento de 5 anos para as trabalhadoras urbanas e de uma década para as trabalhadoras rurais. Além disso, as mulheres são sobrecarregadas com a dupla jornada”, afirma Beatriz Simas, do Levante Popular da Juventude. Em pesquisa divulgada na segunda (6), o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) constata que as mulheres trabalham uma média de 7,5 horas por semana a mais que os homens no trabalho doméstico.

Agricultora familiar do município de Diogo Vasconcelos, Márcia Regina, de 40 anos, lamenta a proposta de alteração das regras da aposentadoria. Caso a PEC seja aprovada, ela teria que contribuir mais 25 anos para conseguir se aposentar. “O serviço rural é muito pesado, a gente molha mais, pega mais friagem. É muito difícil pra gente na roça”, diz a militante do Movimento de Mulheres da Zona da Mata e Leste.

Apesar de aposentada, Maria de Fátima de Freitas também participa das atividades do 8 de Março e se posiciona contrária à reforma da Previdência. Durante 30 anos, ela deu aulas de geografia em escolas públicas da cidade de Ubá e conta que, se a proposta passar, seu salário não será mais reajustado como os dos profissionais que estão na ativa. “Precisamos abraçar esta luta para manter esse direito, que conquistamos em lutas anteriores. É nesse momento da vida que a pessoa precisa de um medicamento a mais ou de um tratamento que nem sempre é assistido”, destaca a professora.

Ato de rua

A programação continua na quarta (8) e um grande ato está previsto para a capital mineira, na Praça 7, às 17h. A expectativa é que participem 10 mil mulheres.

Edição: Joana Tavares