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Mulheres de todo o Brasil saem às ruas contra a reforma da Previdência

No Dia Internacional da Mulher as manifestações foram também por Nenhum Direito a Menos

Radioagência Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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No ato paulistano, participaram de estudantes secundaristas a mulheres mais velhas, além de crianças, que acompanharam suas mães
No ato paulistano, participaram de estudantes secundaristas a mulheres mais velhas, além de crianças, que acompanharam suas mães - Julia Dolce

Milhares de mulheres saíram às ruas de todo o país, no dia 8 de março, na Jornada Nacional de Lutas para barrar a Reforma da Previdência e por Nenhum Direito a Menos.

As mulheres do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e de outras organizações do campo e da cidade tiveram como principal ação as ocupações e protestos em frente a prédios do INSS. No total, pelo menos 35 cidades tiveram as sedes da Previdência ocupadas ou alvo de protestos.

Segundo o MST, os protestos no INSS, junto a marchas de trabalhadoras rurais, trancamento de rodovias e ocupações de prédios públicos e fazendas improdutivas, mobilizaram 40 mil mulheres em 22 estados e no Distrito Federal.

O Dia Internacional das Mulheres também contou com grandes manifestações em diversas capitais. Segundo apuração do Brasil de Fato, de acordo com os números fornecidos pelas entidades organizadoras, pelo menos 150 mil mulheres participaram dos atos em todo o país.

No Rio de Janeiro, as mulheres do MAB (Movimento dos Atingidos por Barragens) e de outros movimentos e organizações sociais fizeram um ato em frente à sede da empresa Vale. O objetivo foi denunciar o crime socioambiental de Mariana, em Minas Gerais.

Para Letícia Oliveira, do MAB, são as mulheres as que mais sofrem com as barragens no Brasil. “São elas que não têm o trabalho reconhecido, são elas que ficam mais angustiadas com a falta das casas, com a falta do trabalho.”

De acordo com o Ministério da Fazenda, a mineradora Vale deve 42 bilhões de reais à União, sendo que 276 milhões são devidos apenas ao INSS.

Em São Paulo, o ato pelo Dia Internacional da Mulher foi contra a reforma da Previdência. A ação se encontrou com a marcha promovida pelas professoras das redes públicas estadual e municipal. Juntas, as manifestantes seguiram no sentido da prefeitura de São Paulo. Na frente do prédio, as mulheres gritaram palavras de ordem contra o prefeito João Doria Junior (PSDB).

No ato paulistano, participaram muitas mulheres e crianças acompanhando suas mães, além de estudantes secundaristas e também mulheres mais velhas.

Luka Franca, do Bloco das Pretas, explicou suas razões para participar da manifestação:“É necessário denunciar o quanto a política machista e racista no Brasil continua nos matando, prioritariamente as mulheres negras. E nos ataca duas vezes porque mata também os nossos filhos por conta do genocídio contra a juventude negra.”

Edição: Vivian Fernandes