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Falaí: ouvinte do Brasil de Fato pergunta sobre o machismo no caso do goleiro Bruno

Tati Magalhães, do Coletivo Rosas pela Democracia, fala sobre culpabilização da vítima

Tati Magalhães, do Coletivo Rosas pela Democracia, fala sobre culpabilização da vítima

Falaí: Meu nome é Gabriele Vertele, eu tenho 17 anos, eu sou estudante e eu queria saber por que a sociedade contribui tanto com o machismo. Por exemplo, no caso do goleiro Bruno que foi acusado de matar e esquartejar a ex-mulher dele e agora que ele acabou de sair da prisão já recebeu nove propostas de clubes brasileiros para jogar.

Tati Magalhães, do Coletivo Rosas pela Democracia comenta:

Oi, Gabriele, tudo bem? Eu sou Tati Magalhães, do Coletivo Rosas pela Democracia. Infelizmente, não vi com surpresa a boa recepção do ex-goleiro Bruno na sociedade brasileira. Nós vivemos em uma sociedade extremamente machista e que mesmo em casos de violências brutais, fatais, busca-se sempre a culpa da mulher. Esse é um cenário que nós precisamos lutar para que mude. Hoje, nós ocupamos o quinto lugar no Mapa da Violência no quesito feminicídio. A cada 11 minutos uma mulher é estuprada no Brasil. São índices extremamente graves e perversos e vejo que precisamos estar cada vez mais unidas, solidárias e mobilizadas para não reproduzir a cultura do machismo e, sobretudo, para cobrar do Estado políticas públicas que nos garantam o direito à vida, nos garantam o direito a escolha sobre os nossos próprios corpos. Então, eu acredito que nós podemos sim viver em uma sociedade mais justa, mais respeitosa e com menos vítimas do machismo. E precisamos mesmo lutar pela vida de cada e de todas nós. Acredito que por meio da militância, ocupando os espaços da rua, ocupando os espaços de reivindicação do Poder Público, nós vamos conseguir reduzir esses índices e permitir que mais mulheres vivam e vivam com respeito, com dignidade.

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