Mudança

Diante da oposição à reforma da Previdência, governo acelera reforma trabalhista

Governo muda de estratégia devido a divergências na base do governo no Congresso

Radioagência Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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Até agora, a reforma já teve 120 sugestões de mudanças da própria base do governo, e 44 da oposição
Até agora, a reforma já teve 120 sugestões de mudanças da própria base do governo, e 44 da oposição - Marcelo Camargo/Agência Brasil

A crescente oposição à Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 287, que pretende modificar as regras da Previdência, está resultando em divergências na base do governo. Nesta semana, o Poder Executivo junto com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), decidiu acelerar a reforma trabalhista, também muito criticada pela oposição e centrais sindicais.

Em entrevista à Rede Brasil Atual, a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), alertou sobre as dificuldades que o governo de Temer está tendo em relação às reformas. Ela disse que “hoje a instabilidade que o governo vive em relação à sua base de apoio no Congresso é total”.

Uma das expressões mais claras dos problemas que o governo enfrenta, aconteceu na última quarta-feira (15), no Dia Nacional de Mobilização contra a reforma da Previdência. Enquanto eram realizadas centenas de manifestações em todo o país, o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros, declarou que a reforma da Previdência já tinha sido inviabilizada. Até agora, a reforma da Previdência já teve 120 sugestões de mudanças da própria base do governo, e 44 da oposição.

A conclusão da análise das propostas da comissão especial da reforma trabalhista estava prevista para maio, com a mudança ela deve ficar pronta para o começo de abril, quase ao mesmo tempo que deve concluir a comissão especial da reforma da Previdência.

A reforma trabalhista também conta com muitas críticas. Na semana passada, a ministra do Tribunal Superior do Trabalho, Delaíde Arantes, afirmou que o governo usa “grandes inverdades” para promover a iniciativa.

A primeira delas é o argumento de que a reforma vai promover a geração de empregos, segundo a ministra, “em lugar nenhum do mundo, reforma promoveu geração de empregos; ao contrário, gerou precarização dos empregos efetivos existentes”.

O presidente da CUT, Vagner Freitas, também afirmou que a central não negociou e não negociará termos da reforma trabalhista. Para o sindicalista a iniciativa está composta por “medidas que atendem apenas a interesses do empresariado”.

*Com informações do Valor Econômico e RBA

Edição: Vivian Fernandes