Ricardo adora levar os filhos para ler gibis no intervalo do almoço. Maria Aparecida fez um curso de poesia e aprovou. Gisele costuma passar tardes inteiras entre as prateleiras, e quase sempre encontra o que procura. Este mês, a Biblioteca Pública do Paraná (BPP) completa 160 anos, e o carinho dos três mil frequentadores diários é a recompensa de uma história improvável, com muitas idas e vindas.
Antes de chegar ao endereço de hoje, na rua Cândido Lopes, o acervo passou por doze sedes. A primeira funcionava dentro do Lyceu de Coritiba – a ideia era que a biblioteca fosse usada apenas pelos alunos do colégio.
Depois de um tour pela cidade, o prédio atual foi inaugurado em 1954, com base em um projeto do arquiteto Romeu Paulo Costa, que havia vencido um concurso para construção de uma biblioteca municipal em Curitiba. Por questões burocráticas, a obra não saiu do papel naquela época, e Romeu acabou escolhido para projetar a BPP.
Jornal
Com 630 mil itens, entre livros, gibis, periódicos, fotografias, mapas, cartazes e materiais multimídia, a biblioteca também recebe encontros literários, oficinas, cursos e apresentações artísticas.
Um dos projetos mais conhecidos é o jornal Cândido, criado em agosto de 2011, com dez mil exemplares mensais e distribuição gratuita. Segundo o jornalista Luiz Rebinski, que integra a coordenação editorial do Cândido desde o primeiro número, o projeto – assim como a biblioteca – mudou muito desde a fundação. “No começo, era um jornal só sobre livro e leitura. Com o tempo, ele foi se tornando mais jornalístico, com ensaios, reportagens. Posso dizer que ele está cada vez melhor, mais interessante”.
A BPP é uma das maiores e mais frequentadas do país, com uma média superior a mil empréstimos de livros por dia. Para fazer o cadastro, basta apresentar o RG, CPF e um comprovante de residência atualizado.
