PROPOSTAS

Congresso discute alternativas à regulamentação do trabalho terceirizado

Projeto de Lei proposto não permite que terceirização seja praticada nas atividades-fim

Radioagência Nacional |

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Da forma como está, medida aprovada no dia 22 permite que todas as atividades sejam terceirizadas
Da forma como está, medida aprovada no dia 22 permite que todas as atividades sejam terceirizadas - Agência Brasil

O Congresso Nacional discute alternativas à regulamentação do trabalho terceirizado. Uma delas é um Projeto de Lei da Câmara, que está em tramitação no Senado e regulamenta a terceirização, mas não permite que seja praticada na atividade-fim.

O senador Paulo Paim, do PT, apresentou nessa terça-feira o relatório sobre o Projeto de Lei. E destacou que, se for aprovada, a proposta vai substituir a regulamentação da terceirização aprovada dia 22 na Câmara e que aguarda a sanção do presidente Michel Temer.

"Se esse meu relatório for aprovado na Câmara e no Senado, está resolvida a questão da terceirização. Pelo nosso relatório, não vai permitir terceirização da atividade fim, irá garantir um fundo para indenizar o trabalhador se a empresa falir, fechar ou não pagar; garante a responsabilidade solidária e garante ao trabalhador terceirizado todo o direito daquele que está na empresa matriz ou daquele que esteja na mesma função."

O presidente do Senado, Eunício Oliveira, do PMDB, recebeu o relatório de Paulo Paim e encaminhou a proposta para as comissões permanentes da Casa.

Para o líder do PSDB no Senado, Paulo Bauer, o projeto aprovado pelos deputados já atende às necessidades de patrões e trabalhadores.

"O projeto da Câmara dos Deputados atende à necessidade da geração de mais empregos no Brasil através da viabilização de melhores condições e de direitos assegurados para todos os trabalhadores no processo de contrato terceirizado."

Os sindicatos discordam. Também nessa terça, representantes de centrais sindicais estiveram no Congresso para pedir o apoio dos parlamentares. Eles querem reduzir o alcance das terceirizações. Prometem se mobilizar nas próximas semanas e já convocaram greve geral para o dia 28 de abril.

A outra alternativa seria incluir na Reforma Trabalhista as mudanças sugeridas por Paulo Paim. O relator da Reforma Trabalhista na Câmara, deputado Rogério Marinho, do PSDB, está confiante nessa possibilidade.

"O Presidente nos colocou claramente que tem a vontade de continuar a discutir o projeto PLC 30 aqui no Senado da República e estabelecer essa sintonia fina com a nossa relatoria para que sugestões ou aperfeiçoamentos possam ser agasalhados na nossa relatoria."

A expectativa é que a Comissão Especial da Reforma Trabalhista na Câmara vote o relatório de Rogério Marinho na primeira semana de maio. Depois, o projeto segue para votação em plenário.

*Com produção de Lucas Pordeus León.

 

Publicado originalmente na Radioagência Nacional.

Edição: Radioagência nacional