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Nem a exigência da CBF faz clubes do Paraná investirem no futebol feminino

As punições para os clubes que não cumprirem a regulamentação vão desde multa até exclusão de competições

Brasil de Fato | Curitiba (PR) |
Com exceção do Coritiba, não há no estado investimentos regulares em times profissionais de mulheres
Com exceção do Coritiba, não há no estado investimentos regulares em times profissionais de mulheres - Christian Rizzi/Foz Cataratas/Coritiba

Nem mesmo a exigência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e da Conmebol de que os clubes brasileiros participantes da Copa Libertadores e da Sul-Americana mantenham equipes femininas a partir de 2019 tem feito o Paraná apostar na modalidade. Com exceção do Coritiba, que mantém uma parceria com o Foz Cataratas desde dezembro de 2016, não há no Estado investimentos regulares em times profissionais formados por mulheres.

As assessorias de imprensa do Atlético-PR, que disputa o torneio continental neste ano, e do Paraná Clube informaram não ter sequer previsão de montar um time feminino. A situação se repete na maioria dos 20 clubes nacionais classificados para a Série A do Campeonato Brasileiro. Conforme a CBF, as punições para quem não cumprir a regulamentação vão desde multa até exclusão de competições.

Um dos destaques do Foz Cataratas/ Coritiba, a meia e lateral Priscila Back Selau, de 25 anos, disse concordar com a exigência. "É um incentivo a mais para a gente e uma forma de nos ajudar, já que o futebol feminino não é tão visto assim", afirmou. Natural de Céu Azul (PR), ela começou a jogar em 2010, no América de São Manuel, no interior de São Paulo, após um dentista amigo da família a indicar para fazer testes. "Joguei três anos lá, depois fui para Brasília e já estou aqui há quase quatro anos". Na agremiação do oeste paranaense, conquistou o terceiro lugar na Libertadores do ano passado, além do vice-campeonato em 2012.

Para o presidente do Foz, Gezi Damaceno Júnior, a expectativa é de que a modalidade cresça com as novas regras. Além do torneio continental, o clube buscará os títulos do Brasileiro e do Paranaense. "O futebol feminino precisa de equipes, vamos dizer, de camisa para que os investimentos melhorem. A disparidade existente com o masculino é muito grande". Segundo ele, a questão do patrocínio é a mais preocupante. "São muitas as despesas, como salário, alimentação, transporte e plano de saúde... Seria muito importante que outras equipes grandes viessem a se juntar e também que tivéssemos o apoio de empresas".

Edição: Ednubia Ghisi