Amazônia

Entre a cidade e a aldeia, indígena luta pela sobrevivência dos Assurini do Xingu

No Rio de Janeiro, Timei busca formações que depois são transmitidas respeitando idioma e tempo de seu povo

Brasil de Fato | Belém (PA) |
Na Escola Parque no Rio de Janeiro Timei faz relato sobre os impactos ambientais da usina de Belo Monte aos alunos do ensino médio
Na Escola Parque no Rio de Janeiro Timei faz relato sobre os impactos ambientais da usina de Belo Monte aos alunos do ensino médio - Bruno Maia

Entre dois mundos. É assim que Timei Assurini, de 22 anos, vive. Ele saiu da aldeia no Médio Xingu, localizado no município de Altamira, no estado do Pará, para iniciar uma jornada em busca de conhecimento no mundo dos Karai [não indígenas]. A missão que se propôs a fazer era também uma forma de curar a depressão, doença que veio acompanhada dos impactos ambientais e culturais provocados pelos grandes projetos na Amazônia.

O povo de Timei é uma das 11 etnias impactadas diretamente pelo empreendimento da Usina Hidrelétrica de Belo Monte. Os Assurini do Xingu ou Awaete, como também são conhecidos, foram removidos de suas terras ancestrais. Atualmente encontram-se divididos em duas aldeias: a Itaaka, criada em 2011 e onde vivem 50 índios, e a Kwatinema, com cerca de 200 indígenas.

Preocupado com seu povo e sem apoio no estado do Pará, Timei e a esposa iniciaram a organização de sua família e rumaram para o Rio de Janeiro, onde criaram o coletivo Marytykwawara. Para trabalhar as atividades na aldeia, foi criado Agenda Awaete. A ideia era buscar formações e depois transmitir no idioma do seu povo e no tempo deles o que foi aprendido. Timei participou de encontros, oficinas e palestras sobre agroecologia, permacultura, saneamento ecológico e outras formações e crê que será a aliança de conhecimento entre os dois mundos que permitirá a resistência dos Assurini do Xingu.

“Acredito que os conhecimentos com a agroecologia, permacultura e a agrofloresta associados a nossos conhecimentos tradicionais seja um dos principais caminhos para nossa resistência diante das grandes mudanças que estamos vivendo”, afirma Timei.

Leia a entrevista completa de Timei:

Brasil de Fato: Atualmente você mora no Rio de Janeiro. O que te motivou passar períodos longe da sua aldeia?

Timei Assurini: Vim para o Rio de Janeiro após perceber que não conseguiria apoio no estado do Pará, já que os grupos de resistência locais estão enfraquecidos e as instituições públicas e privadas adotam o mesmo modelo desenvolvimentista de minha região. Ao vir para o Rio, encontrei apoio, tratei e superei a depressão, me tornando um exemplo para a minha família e meu povo, já que por nove anos estive perdido e desenganado.

A ideia não é morar aqui [Rio de Janeiro] e sim me capacitar e buscar apoio para manter esse fluxo de conhecimento entre os mundos para fortalecer o meu povo. Mas a passagem é cara e eu vim sem apoio de nenhum órgão ou instituição, só com ajuda da minha mulher e de amigos. Nossa meta é ficar seis meses aqui trocando saberes e seis meses na aldeia repassando.

Depois do trauma nos primeiros anos de contato – produzido inicialmente pela polêmica Transamazônica –, a construção de mais um grande empreendimento na região terminou por alterar drasticamente a vida de nós Awaete ou Assurini do Xingu, como nos chamam. Sendo uma das 11 etnias indígenas impactadas pela construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte pela Norte Energia, as mudanças nada positivas ainda estão sendo assimiladas por meu povo, que possui apenas 40 anos de contato com os Karai [não indígenas].

Com um cenário de muitas incertezas, promessas não cumpridas e desesperança, logo ficou clara a necessidade de sair e buscar conhecimentos fundamentais para que, a partir do ponto de vista Awaete, pudéssemos entender e gerar soluções para os problemas impostos por nossa nova realidade. Trabalhar nosso protagonismo, por nossa experiência, sem que para isso dependamos dos não indígenas que chegam na aldeia.

Nossa área está blindada. Funai, Norte Energia, grupos públicos e privados estão unidos para nosso etnocídio. Não temos ninguém nos apoiando para tomarmos decisões conscientes. Eu mesmo aprendi a falar português com 15 anos. Falamos português, mas nem sempre entendemos. E eles se aproveitam desse jogo de palavras e interpretações não só para enganar o povo com falsas promessas, mas para também corromper nossas lideranças.

Muito se fala de Belo Monte, mas pouco se conhece sobre os povos que estão padecendo na região. A visibilidade no empreendimento virou uma ferramenta política promocional para muita gente que nunca nem pisou em nossa área. Já passou da hora de mostrarmos nossa luta. Nem todo mundo foi comprado e temos o direito de querer existir e resistir culturalmente mesmo não fazendo parte dos isolados presentes em nosso território.

Acredito que os conhecimentos com a agroecologia, permacultura e a agrofloresta associados a nossos conhecimentos tradicionais sejam um dos principais caminhos para nossa resistência diante das grandes mudanças que estamos vivendo – a mudança na alimentação, a ameaça à segurança alimentar e o confinamento territorial que dificulta as roças rotativas. Assim, fortalecer nosso conhecimento da floresta com conhecimentos de vocês é muito importante.

Você faz parte de um projeto que valoriza o protagonismo indígena; como funciona?

Foto: Carla Romano / II Urujumugyta -Troca de saberes com a família Marytykwawara na aldeia Kwatinema

Preocupado principalmente com meus sobrinhos e com a ruptura geracional de minha cultura e toda destruição causada, decidi criar com minha família o grupo Marytykwawara Awaete e me juntar a Carla Romano em uma jornada pelo conhecimento fora da aldeia.

A sociedade está acostumada a entrar em nosso território em busca de absorver nossos conhecimentos e práticas para seu crescimento. Agora, nós indígenas é que saímos de nossos territórios em busca de informações e metodologias importantes para nossa sobrevivência etnoecológica. A saída da aldeia me abriu um mundo de possibilidades para trocas de informações e conhecimentos importantes para nosso fortalecimento e protagonismo.

Era preciso organizar para aproveitar esse fluxo de informações e conexões. Pensando nisso, iniciamos a criação de uma agenda, com atividades de diversos formatos a serem realizadas em e com diferentes espaços, pessoas, grupos e/ou instituições.

Um circuito de troca de saberes onde os integrantes da família Marytykwawara pudessem ensinar e aprender em espaços conectados, não só por interesses mútuos, mas principalmente pela convergência de missão e objetivos onde a troca é positiva para todos, fortalecendo assim a conexão entre os povos e suas florestas. Os temas de conhecimento e troca focam principalmente em permacultura, agroecologia, saneamento ecológico, educação ambiental, educação patrimonial, sociocracia, metodologias colaborativas, bioarquitetura indígena, vivências, oficinas, formação de facilitadores, segurança alimentar entre outros saberes fundamentais para a sobrevivência integrada de nossa espécie com o planeta. Assim nasceu a o projeto Agenda Awaete: Intercâmbio Assurini do Xingu.

A jornada iniciou no ano de 2015, passando por Altamira, Belém, Campinas e agora Rio de Janeiro. Em Belém, ganhamos cinco prêmios no edital Manifestações Culturais da Fundação Cultural do Pará. O prêmio reconheceu minha mãe, Matuja Assurini, e meu pai, Ytayki Assurini, como mestres e o conhecimento em marcenaria, cerâmica e pintura do grupo Marytykwawara.

No Rio de Janeiro estamos sendo acolhidos por instituições como Tibá, Pindorama, Instituto Toca, Projeto Muriquiassu entre outros. Além de promover oficinas e palestras em locais como as universidades: Universidade Federal Fluminense (UFF), Pontifícia Universidade Católica (PUC) entre outras. Em nossa jornada de dois anos ganhamos cinco prêmios, passamos por três estados, participando de mais de 20 atividades entre oficinas e palestras onde fui professor e aluno. Voltei duas vezes para a comunidade para partilhar esse conhecimento. A busca pelo protagonismo e sobrevivência de indígenas Assurini do Xingu, a partir da conexão com povos da floresta de todo mundo está só começando!

Após essas formações, o que levou de conhecimento para a sua aldeia e que foi possível ser aplicado?

Foto: Carla Romano / Crianças brincando ao redor da mandala agroecológica produzida pela família Marytykwawara durante a II Urujumugyta

Em nossa última ida à aldeia levei muito conhecimento de noção de mundo. Pude também mostrar que é possível vencer a depressão e buscar nossa sobrevivência cultural. Eu tive que buscar isso de fora para dentro.

Por questões financeiras, demoramos um pouco mais do que gostaríamos para retornar. Assim, criamos uma vaquinha para a ‘II Urujumugyta – Viagem para troca de saberes Awaete’ onde nossos amigos nos ajudaram a viabilizar esse lindo e importante reencontro com minha família. Antes de viajarmos, realizamos uma reunião para organização dos conhecimentos com o olhar da cultura Awaete. Assim, revi conceitos, estudei facilitação e desenvolvemos ilustrações com ideias para reflexão das ações.

Já na aldeia, após algumas conversas com meus parentes, fizemos nosso plano de ação, desenhamos nosso território e assim fomos colocando em prática meu conhecimento adquirido sob o olhar Karai. Isso é muito importante. Na verdade, é fundamental o nosso protagonismo em nosso território. Sem nenhum técnico de produção com seu diploma indo a nossa casa, dizendo como nós devemos ser ou fazer. Foi assim que perdemos 5 mil mudas de cacau, por causa da ignorância e arrogância de quem não ouviu nós, os donos da terra, e plantou em área de alagamento. Fatos assim acabam com nossa autoestima e frustram nossas esperanças.

Assim, mesmo com pouco recurso, inicialmente eu e minha família conseguimos em 15 dias refletir sobre práticas e consequências, construir o primeiro banheiro seco do médio Xingu, iniciar o tratamento de águas cinzas [águas derivadas de processos domésticos são chamadas de águas cinzas] e construir cinco canteiros a serem recheados de espécies medicinais, artesanais [para uso de cultura material], alimentares e cosmológicas [plantas de uso espiritual nas práticas ancestrais do povo Assurini].

Sabemos que esse é só o começo e que frente a tantas pressões, o acompanhamento e o apoio periódico são necessários. Estamos caminhando para conseguirmos atender essa meta. A alegria e o envolvimento de todos, incluindo crianças, jovens, adultos e velhos é o que nos mostra que estamos no caminho certo. O que importa agora é que a semente Awaete está sendo plantada.

Por que desenvolver projetos socioambientais quando existe uma série de condicionantes previstas no Projeto Básico Ambiental (PBA) do empreendimento Belo Monte, inclusive do PBA do Componente Indígena, e que a empresa Norte Energia deve cumprir?

Foto: Carla Romano / Moradia dos trabalhadores da empresa Norte Energia dentro da Aldeia Kwatinema

É de conhecimento que o Ministério Público Federal (MPF) entrou com mais de 30 ações por descumprimento das ações citadas. As contratações das empresas executoras são mais do que suspeitas. Viraram jogo de poder entre empresas, ONGs, fundações, técnicos e antropólogos que, como se não bastasse, nunca retornaram nada para a comunidade. Mesmo depois de anos sugando nossa cultura, ainda usam esse conhecimento em favor de quem nos destrói.

A forma com que os projetos [PBA-Condicionantes indígenas] são desenvolvidos e quando são executados é outra questão. A política pública de consulta prévia livre informada quando é citada como executada é feita de forma insuficiente por empresas contratadas pela Norte Energia o que gera claramente conflitos de interesses. Assim, além de não termos os mesmos objetivos dos executores que sem nada saberem de nossa cultura são encarregados de nos gerar soluções, nossa falta de habilidade no português, associada à falta de conhecimento do plano ‘desenvolvimentista’ que estão nos propondo, têm consequências catastróficas.

Portanto, o etnocídio se inicia com um discurso de ‘melhora de vida’ e termina com a destruição de nossas relações internas políticas e tribais, nosso ambiente e consequentemente nossa cultura. Sempre corrompendo a tudo e a todos. Ainda somos muito ingênuos em relação às consequências do que estão nos propondo. Agora aqui, tenho mais noção do poder de destruição do Karai.

Tentamos de todo jeito um contato saudável com os detentores de recursos que a princípio estariam destinados para mitigação dos impactos, mas nem mesmo a Funai nos apoia para isso. Nem apoio para concorrer em editais voltados para nós que depende da participação da Coordenação Regional da Funai em Altamira como o do Museu do Índio do Rio de Janeiro e o do Prêmio de Cultura Indígenas do Ministério da Cultura conseguimos. Aliás, fomos até desacreditados quanto à importâncias deles.

Assim, percebemos frente a tantos desafios e ameaças que seria inútil gastar energia com quem claramente não está comprometido com nossa sobrevivência etnoecológica. Afinal, quando a Norte Energia foi nossa amiga? Se fosse não estava destruindo nosso rio com hidrelétrica que nunca nos beneficiará, nem a nós e nem ao Brasil.

Os planos de ação das empresas que desenvolvem projetos na minha aldeia são sempre tratados com sigilo até perto de sua execução. Estou há meses tentando ter acesso aos planos de ação e execução dessas empresas e nunca tive sucesso.

Agora vem Belo Sun e até onde sei todos estão unidos. É preciso saber tudo o que estar por vir para entendermos e dizermos o que e como queremos e fazer frente a tantas interferências, transcender culturalmente.

Quais os principais impactos que a usina de Belo Monte acarretou para o seu povo?

Durante nossa história, nós Assurini, já sofríamos constantes conflitos com etnias vizinhas. Nossa luta pela sobrevivência só piorou a partir do contato com os não indígenas, iniciados na década de 1971 que, na sequência, inauguraram grandes empreendimentos como a Transamazônica em 1972.

Nesse mesmo período, há relatos dos antigos de envenenamentos de nosso povo por parte até de funcionários da Funai. Assim, estressados socioambientalmente, muitos de nossos velhos partiram, perdemos guerreiros, as mulheres de nosso povo sofreram durante um longo período com abortos, o que durou mais ou menos 15 anos e levou a uma diminuição significativa do grupo a um pequeno número de 52 indígenas. Ao contrário do que muitos antropólogos contam, essas práticas não foram espontâneas.

Atualmente, rodeados pelo município de Altamira, estamos sofrendo com seus graves problemas socioambientais. A comunidade vem passando por um processo de esgotamento social com tantas interferências socioambientais e inconsistências no cumprimento dos acordos firmados junto a agentes locais. Após quase 15 anos do anúncio da construção da grande hidrelétrica e todo o desajuste provocado, nossa etnia pelejando com consultorias equivocadas e suas suspensões, luta contra a licença de operação do empreendimento, a favor dos cumprimentos dos acordos estabelecidos entre Funai, indígenas, concessionária e governo, principalmente dentro do PBA.

A presença do não indígena, principalmente de trabalhadores da CCBM [Consórcio Construtor Belo Monte] no território só vem aumentando a pressão.  Atualmente a aldeia Ita Aka tem 50 indígenas e cerca de 30 trabalhadores morando na aldeia e Kwatinema tem 200 indígenas e cerca de 50 trabalhadores morando na aldeia, todos bem perto de nós convivendo diariamente conosco, além de pesquisadores, madeireiros, garimpeiros, pescadores, ribeirinhos e outras empresas que se apresentam como socioambientais disfarçadas de ONGs é uma realidade diária.

As aldeias viraram canteiros de obras com mega construções, hospital construído em cima da beira do rio, instrumentalizando o parto, escola para mais de 400 pessoas e casas de alvenaria sem saneamento básico. Os jericos desmataram todo o território, levando a floresta que tinha não só alimentos e remédios como eventualmente caças. Tal situação dificulta nossa reprodução cultural, dispersando seus indivíduos que lutam por sua sobrevivência.

O contato com a cidade cada vez mais frequente e a industrialização do consumo é outro desafio, já que além da perda cultural, está relacionada com a produção de resíduos sólidos, líquidos e doenças. Outra intempérie é a pressão no território e seus recursos naturais e com isso o avanço da população ribeirinha. E tem muitas outras questões que só indo à aldeia.

Que outras doenças surgiram no seu povo após a construção da hidrelétrica?

O confinamento territorial associado à falta de saneamento básico provocaram aumento de vômito e diarreias e até o aparecimento de bactérias e doenças como hepatite e doença autoimune.

A mudança de ritmo interno social e a influência de karais marginalizados em sua própria sociedade trouxeram hábitos negativos, como o consumo de álcool e outras drogas e a depressão pela dificuldade de reprodução cultural, visto que além da correria, até o nu na aldeia virou um tabu, mesmo para as crianças que eventualmente reclamam do assédio dos trabalhadores da obra.

A saúde mental preocupa. A mudança na alimentação é outra questão importante, já que a escola não respeita a política pública de segurança alimentar de mínimo de 30% de agricultura familiar em nossa merenda escolar e, ao invés de estimular a produção das roças, que estão em baixa com toda essa correria, introduz alimentação industrializada, levando alimentos como goiabada, leite condensado, macarrão, refrigerante, salsicha, entre outros. Tudo que vejo vocês aqui criticando. O resultado é um alto índice de obesidade, diabetes, gastrite e pressão alta, principalmente entre os jovens de 15 a 20 anos que são os mais deslumbrados por esse processo de aculturação.

Outra preocupação é a instrumentalização do parto. O projeto de farmácia verde foi suspenso e nossa medicina tradicional desacreditada. O lixo hospitalar é queimado na beira do Rio e até agora não existe manejo de resíduo sólido nem simples, nem perigoso, nem hospitalar. Resultado: pilhas, galões de gasolina, seringas dentre outros resíduos espalhados pela região.

Como o seu povo tem resistido para manter a cultura e as tradições indígenas depois de impactos sociais, ambientais e culturais tão intensos?

Olha, a gente pode dizer que está todo mundo ainda muito confuso com o que está acontecendo. Sofrendo sem conseguir identificar o que está trazendo tal sofrimento. A frustração com as consequências de escolhas equivocadas também está decaindo sobre nós. Além da correria para conseguir sobreviver junto a novos desejos e necessidades gerados pelo contato.

Depois de três anos sem festa, papai e os velhos da aldeia conseguiram reiniciar nossas práticas ritualísticas, mesmo que em menos tempo, já que nossos rituais duravam meses sem parar e este durou cerca de um mês apenas. Nossos velhos ainda são nossa base de conhecimento e mesmo em menor número carregam o conhecimento necessário para nossa sobrevivência cultural.

Eles ainda cantam, trabalham na roça, fazem casa, artesanato e caçam. Há pouco tempo fizeram oficinas para ensinar a fazer o Jakywyta, nosso diadema. Só poucos velhos sabiam. Temos buscado cada vez mais a valorização e a difusão de seus conhecimentos, para que mesmo com as mudanças não percamos a essência Awaete. E para isso acreditamos na força da família Marytykwawara para mostrar que temos e podemos fortalecer nossa cultura superando os desafios.

* Revisão ortográfica e adaptação gramatical: Carla Romano

Edição: Vanessa Martina Silva