Preconceito

Premiado, gerente homossexual do Itaú é demitido após postar vídeo beijando o noivo

O banco justificou a demissão por “postura inadequada” após o bancário voltar de férias

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O gerente, que teve sua identidade preservada, contou que já havia sido repreendido em tom homofóbico em algumas ocasiões
O gerente, que teve sua identidade preservada, contou que já havia sido repreendido em tom homofóbico em algumas ocasiões - Wikipedia

Atualizada às 17h10 para acréscimo de informação

Um funcionário do banco Itaú na cidade de São Paulo foi demitido, na semana passada, por suposta motivação homofóbica. A denúncia é do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região. Ele era, de acordo com o sindicato, gerente de relacionamento Uniclass/PF há um ano e seis meses é recebeu 10 prêmios por cumprimento de metas, além de sempre ter apresentado resultados acima da média.

O gerente, que teve sua identidade preservada, contou que já havia sido repreendido em tom homofóbico em algumas ocasiões, como quando o alertaram que se “soltava demais” quando ganhava algum prêmio. A gota d’água, no entanto, foi quando retornou das férias e postou, nas redes sociais, um vídeo em que beija o seu noivo. Ele conta que um gestor o chamou à sua mesa e informou que sua postura não era “adequada”.

“Eu me senti profundamente indignado, um banco desse tamanho ainda usa homofobia como critério de demissão, e não os resultados dos trabalhadores (…) É preciso que eles paguem para que nenhum outro trabalhador LGBT tenha de passar por isso novamente”, afirmou.

O Sindicato dos Bancários informou que repassou a denúncia ao setor de Recursos Humanos do Itaú mas, até o momento, não obteve retorno. A assessoria de imprensa do banco, por sua vez, não foi localizada pela reportagem da Fórum.

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A assessoria do Itaú entrou em contato com o Brasil de Fato e, por meio de uma nota afirmou que: “O Itaú Unibanco repudia situações de homofobia, dentro ou fora da instituição. O banco possui valores sólidos e a Diversidade faz parte deles. Entendemos a pluralidade como algo fundamental. Nossos clientes são diversos, portanto, nossos colaboradores também precisam ser. Além disso, possuímos o Ombudsman, um canal voltado aos colaboradores que tem como função escutar, registrar e avaliar questões relacionadas ao ambiente de trabalho, com total sigilo entre os envolvidos. Não fomos procurados pelo jornal do Sindicato dos Bancários de São Paulo, mas já enviamos comunicado esclarecendo os reais motivos do desligamento, que nada tem a ver com a situação citada.”

Edição: Revista Fórum