Minas Gerais

PRECONCEITO

Rugby conquista campo próprio em Uberlândia (MG)

Atleta relata dificuldades enfrentadas por mulheres na modalidade

Uberlândia |
Em 2016, Uberlândia Rugby realizou festival com mais de 300 estudantes
Em 2016, Uberlândia Rugby realizou festival com mais de 300 estudantes - Rhayara Rocha

Há dez anos, Uberlândia possui time de rugby. O esporte tem conquistado seu lugar na cidade e formado novos atletas. Porém, as dificuldades ainda são grandes. Para as mulheres, além da falta de recursos, pesa o preconceito, que faz da prática esportiva uma luta diária por afirmação. 

Origens 

O rugby chegou à cidade por iniciativa de um estudante de engenharia da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Gustavo Bevilaqua. Ele iniciou um time chamado Leopardos, composto por universitários e atletas da comunidade, que praticavam o esporte no campo da UFU. 

Em 2010, o Leopardos se dividiu em duas equipes, o Leopardos e o Uberlândia Rugby Club (URC). Porém, em 2012, elas voltaram a ser uma só, adotando o nome de Uberlândia Rugby. 

O Rugby Union – versão criada em 1871, que se popularizou na maioria dos países onde o esporte é praticado – tem duas modalidades principais: o Rugby 15 e o Rugby 7. No Rugby 7, o Uberlândia Rugby é campeão mineiro e participa do Campeonato Brasileiro. Na modalidade 15, já é vice-campeão há 3 anos e agora almeja o primeiro lugar. 

No início, o time teve problemas com a falta de espaço para treinar, pois o campo da UFU ficava fechado durante um grande período do ano. Só na última gestão da Prefeitura de Uberlândia, a equipe conseguiu um campo específico para os jogos, incluindo as crianças. 

Mulheres no rugby

Há quatro anos, a cirurgiã dentista Camila Raquel Alves encontrou no rugby uma forma de mudar sua rotina e sua perspectiva sobre os desafios diários. Hoje com 31 anos, ela é atleta do Uberlândia Rugby e do Rugby Pelo Brasil e já defendeu diversas outras equipes. 

Desde o início, Camila tem percebido as barreiras contra a participação feminina. “O preconceito é quebrado todos os dias, na medida em que a gente vivencia o esporte. Ele está presente tanto na família, amigos, no círculo social, quanto no próprio esporte. A gente percebe que a valorização do feminino é uma constante luta. Eu viajei muito pelo Brasil”, afirma. 

Edição: Wallace Oliveira